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Sábado - 28 de Abril de 2007 às 16:01

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Nesta semana que culminou com a luta entre Popó e Juan Diaz, que acontece hoje (com ESPN Brasil e Rede TV!), às 23h15, quis saber a opinião de Angie, um fotógrafo veterano, sobre qual seu prognóstico. "Não posso dizer, é uma luta muito equilibrada", lamentou.

"Tudo bem, então quem vence a luta da próxima semana entre Oscar de la Hoya e Floyd Mayweather?", perguntei.

"Ah, essa também não posso dizer, é muito equilibrada."

Pensei comigo mesmo, "vou facilitar para ele". Então perguntei qual sua opinião sobre uma luta que já havia ocorrido.

"Em sua opinião, quem venceu a luta entre 'Sugar' Ray Leonard e Marvelous Marvin Hagler, em 1987?" E fiquei esperando a resposta sobre o combate, cujo resultado levantou polêmica. Não havia pessoa melhor para perguntar, já que Angie acompanhou as lutas de Hagler desde seu primeiro combate amador.

"Ah, essa eu também não posso dizer, porque tive problemas durante a cobertura..."

Parece um político, como fez o cubano Joel Casamayor, que foi à cerimônia de pesagem de Popó e Diaz, desejou boa sorte a ambos e previu, para os dois, suas respectivas vitórias hoje. Como já brincou o outro, deve estar procurando é uma carreira na política.

Mas não é isso que o leitor quer ler, não é? Como diria meu colega Flávio Gomes, o público quer ouvir uma previsão do especialista, mesmo que seja para ele quebrar a cara. Afinal, todos concordam, é muito chato ouvir luta após luta, ou jogo após jogo, ou em qualquer outro evento esportivo, que ambos os lados têm condições para vencer. Assim é fácil.

Se o palpite estiver errado, pelo menos os internautas terão a satisfação de dizer como poderiam estar fazendo um trabalho muito melhor que esse ou aquele colunista, repórter ou comentarista.

Assim, sem fazer (mais) suspense, vou logo dizendo quem acho que vencerá a unificação de títulos entre Popó e Diaz. Vou radicalmente contra a corrente e apontar Popó como vencedor.

O combate pode ser fácil ou difícil, mas a minha convicção na vitória do brasileiro é a mesma de que o sol vai nascer amanhã.

Por quê? Fácil.

Não acho que Popó seja imbatível, mas são os estilos que determinam os vencedores das lutas.

E é aí que começam os problema de Diaz, que é, sim, um lutador de qualidade --além de muito simpático. Seu volume de golpes, fôlego e determinação não podem ser questionados. De quebra, trabalha muito bem o corpo e joga combinações ruidosas (grita, ou geme, ao desferir golpes potentes, confira durante a luta).

Seu estilo, agressivo, de ir sempre para frente e buscar a briga franca, é totalmente errado para enfrentar Popó. E não tem pegada, assim não terá muito como ganhar o respeito do brasileiro. Seu estilo faz com que se "abra" muito para receber os contragolpes do pugilista baiano.

Porém logo no início do combate é imprescindível que Popó, mais experiente, mostre quem manda. Ou seja, sua pegada. Para não deixar Diaz crescer na luta. Porque se deixar, aí é ele que talvez não consiga mais "entrar". Tem que jogar uma bomba em um dos momentos iniciais, para evitar que Diaz acumule moral.

Ainda assim, Diaz não terá como alterar totalmente seu estilo e seguirá no ataque, mas agora de modo não tão afoito. E o brasileiro poderá fazer seu trabalho.

Contragolpes fortes, e, mais importante, precisos, abalarão Diaz. Em algum momento, o castigo absorvido pelo jovem Diaz será tanto que o árbitro, com pena, interromperá a luta ou ele perderá por pontos, o mais provável.

Claro, ao longo do caminho Popó poderá sofrer uma ou outra queda. Afinal, já foi à lona diversas vezes no passado, mas mais por causa de posicionamento, como contra o britânico Barry Jones, que tinha só um nocaute, e ainda assim técnico, no cartel. A inatividade de um ano também terá algum efeito, principalmente nos assaltos iniciais. Mas o resultado será o mesmo, de uma forma ou outra.

Ah, estou contando que Popó suba ao ringue concentrado em sua meta, o que parece estar ocorrendo. O papo de que deveria voltar à aposentadoria, vindo especialmente de Don King, sobre sua idade e o fato de ser o azarão parecem tê-lo motivado.

Durante a pesagem e seu último treinamento, acompanhado por esta coluna, passou essa impressão. Já o brilhante Diaz --se forma em direito em um ano e meio--, na pesagem, ontem à tarde, pareceu um pouco impressionado com toda a atenção.





Fonte: Folha Online

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