Feijão branco de Mato Grosso conquista o mercado internacional
O responsável pelo Ermat em Brasília, Jefferson de Castro adiantou que a visita à Embaixada representou mais um canal aberto para que o produtor mato-grossense amplie o potencial de exportação. “A embaixada está muito interessada e tomará frente desse tipo de negociações em parceria com o escritório aqui em Brasília. A previsão é que recursos sejam captados para expandir a plantação, dada à garantia da comercialização do produto em território internacional”, resumiu o representante do Ermat.
Outro fator positivo é que toda a transação será feita diretamente com os importadores , aumentando assim a margem de lucro do produtor, pois não passarão pelos corretores de São Paulo. “Isso é um ganho tremendo para Mato Grosso e uma clara demonstração do potencial do nosso escritório em Brasília”, afirmou Jefferson.
Atualmente um dos empresários que produzem o feijão em Primavera do Leste revelou que todo o feijão produzido já tem como destino o exterior, sendo Índia, Egito, Turquia, Israel, Portugal e Canadá. Trata-se do feijão branco Caupi, da variedade BRS Guariba, ou feijão de corda, plantado desde fevereiro de 2006. Um dos pioneiros nessa atividade é o empresário Moacir Antonio Tomazetti, que disponibilizou uma área de seis mil hectares para o produto. Ele sempre vendeu para fora do país tudo o que plantou, cerca de 300 mil sacos, através de corretores de Curitiba e São Paulo.
Tomazetti saiu do encontro com amplas perspectivas para o mercado. “Kristian Kumar disse não ter conhecimentos de comércio, mas vai ver com o governo da Índia se inclui o produto em programas daquele país, semelhante a cesta básica existente no Brasil, uma vez que se trata de um país com população pobre”, definiu Tomazetti, que parte para a Índia no mês de maio, juntamente com Jefferson de Castro, para agilizar o processo de expansão comercial. Ele também integrará a comitiva do Governo do Estado que seguirá em setembro para lá, com o objetivo de vender o que Mato Grosso produz.
Na Índia, assim como nos demais países citados na reportagem, o feijão branco integra a lista de comidas tradicionais, presentes na mesa da população. Uma ampliação de comercialização internacional significa em expansão de áreas plantadas em Mato Grosso.
O feijão-caupi ou feijão de corda como é mais conhecido, é uma excelente fonte de proteínas (23-25% em média), apresenta todos os aminoácidos essenciais, carboidratos (62%) vitaminas e minerais, além de possuir grande quantidade de fibras dietéticas, baixa quantidade de gordura (teor de óleo de 2% em média) e não conter colesterol. Representa alimento básico para as populações de baixa renda do Nordeste brasileiro. Apresenta ciclo curto, baixa exigência hídrica e rusticidade para se desenvolver em solos de baixa fertilidade e, por meio da simbiose com bactérias do gênero Rhizobiunm, têm a habilidade para fixar nitrogênio do ar.
Segundo fontes da Embrapa, no Brasil o feijão-caupi representa 95% a 100% do total de áreas plantadas nos Estados do Amazonas, Maranhão, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. E, com relação aos aspectos socioeconômicos, a cultura do feijão-caupi é responsável pela geração de 1.451.578 empregos/ano no Brasil, com o valor de produção estimado em US$ 249.142.582,00 por ano.
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