Confirmados três casos de morte por meningite em MT
O caso de Alta Floresta foi de meningite bacteriana inespecífica. O caso ocorreu na semana passada. A vítima foi uma criança que morava na zona rural no vizinho município de Carlinda. A criança foi encaminhada para Alta Floresta, município referência na região para as questões de Saúde. O diretor do hospital municipal de Alta Floresta, José Marcos Santos da Silva, disse há pouco ao RMT Online que a criança já chegou em estado grave no hospital e não foi possível reverter o quadro de saúde. A criança morreu três dias depois de chegar ao hospital. O diretor disse que, este ano, o hospital municipal de Alta Floresta registrou apenas um caso de meningite, justamente o do garoto que morreu.
"Todas as providências foram tomadas no hospital e na região onde morava o garoto, para evitar a contaminação de outras pessoas pela doença. A Secretaria Municipal de Saúde de Carlinha também foi comunicada da morte da criança e também tomou providências", disse Marcos Santos. Agentes de Saúde foram na comuniade rural, examinaram a família e confirmaram que não há possibilidade de novos casos relacionados com o que provocou a morte de uma criança. A mãe, toda a família e outros moradores da comunidade receberam orientação sobre os sintomas da doença.
O estado investigou outras duas ocorrências de mortes nos municípios de Campo Novo do Parecis e Guiratinga. A concusão é de que as mortes não foram causadas por nenhum tipo de meningite. No ano passado foram registrados 288 casos de meningite com 85,7% desse número evoluindo para a cura. "Quando ocorrem casos comprovados de meningite meningocócica o Estado, por meio de suas Vigilâncias, em conjunto com as Vigilâncias dos municípios, fazem a busca ativa das pessoas que tiveram contato com o doente e, imediatamente, na ação do bloqueio epidemiológico, faz o procedimento de medicação do antibiótico específico (quimioprofilaxia). As ocorrências registradas no ano de 2007 estão dentro do esperado.
Uma série histórica da evolução da doença no Estado, começando com o ano de 2002 e indo até 2006 mostra que o índice de cura obtido em Mato Grosso vem crescendo. Em 2002, dos 240 casos registrados 63,75% evoluiram para a cura. Já em 2003 esse percentual evoluiu para 76,32% de cura num total de 304 casos. No ano de 2004, dos 262 casos registrados no Estado, 71,37 evoluiram para a cura enquanto que, em 2005, o percentual de cura alcançado foi de 79,39% num total de 296 casos. Em 2006, foi alcançado o maior percentual de cura já registrado no Estado, dentro da série histórica: 85,07% de um total 288 casos registrados.
Alerta
A meningite é uma infecção dos tecidos que envolvem o cérebro e a medula espinhal, também chamados de meninges. Existem vários tipos da doença, porém as que preocupam a Saúde Pública são as que provocam risco maior à saúde humana e podem até levar à morte, que são as meningites meningocócicas e haemophilus, que podem ser transmitidas em contato de pessoa a pessoa por meio de saliva, respiração, tosse, beijos e até pelo simples ato de falar.
Já meningite viral não é transmissível. É uma infecção viral podendo ser causada pelos vírus do sarampo, da caxumba e até do herpes comum. Geralmente nas meningites virais a evolução é benigna, havendo melhora do quadro. As pessoas em contato íntimo com pacientes portadores da meningite viral não precisam fazer uso de antibióticos para a prevenção, mas devem lavar as mãos com freqüência, com água e sabão.
Sintomas
Os sintomas da meningite são febre alta, dor de cabeça intensa, vômitos, dor no pescoço (ou pescoço endurecido), surgimento de erupções vermelhas na pele, sonolência e confusão mental. Em recém-nascidos ou crianças lactentes eles se manifestam como febre, irritação, choro freqüente, cansaço e abaulamento da fontanela, também chamada de "moleira". Nesses casos a unidade de saúde mais próxima deve ser procurada imediatamente.
O inverno é uma estação propícia para a disseminação das meningites meningocócicas e haemophilus. A superintendente de Vigilância em Saúde (Suvsa), Maria Conceição Villa informou que "embora as meningites se manifestem durante o ano inteiro, sua ocorrência aumenta no inverno quando as pessoas costumam ficar dentro de ambientes fechados e reunidas em aglomerações, situações que facilitam a transmissão da doença".
As medidas de prevenção para evitar a transmissão da doença são justamente manter os ambientes arejados, quer seja uma sala de aula ou interior de um ônibus, evitar ajuntamentos em ambientes fechados e lavar as mãos com água e sabão constantemente.
A técnica da Superintendência de Vigilância em Saúde, Marta Araújo Souto, chama a atenção dos pais para a atualização da cobertura de vacinas das crianças. Vacinas como BCG, tríplice viral e tetravalente, em crianças menores de cinco anos, devem estar rigorosamente em dia. 90% dos casos de meningite haemophilus ocorrem na faixa etária de três meses a quatro anos.
Pessoas que moram na mesma residência, que usam os mesmos utensílios, dormem no mesmo quarto ou estudam na mesma sala de aula (no mesmo período) que doentes com meningites meningocócicas e haemophilus precisam ser protegidas com antibióticos específicos fornecidos pela Vigilância Epidemiológica municipal para combater o perigo de transmissão da doença.
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