Lula deve assinar na quinta-feira acordo para construir alcoolduto
Lula nem precisará voltar a reclamar dos empecilhos ambientais ou sociais ao fazer o anúncio da obra, já que ela está na faixa de domínio de um oleoduto já existente, o que, em tese, desobrigaria desapropriações ou estudos de impacto ao meio ambiente.
O projeto do alcoolduto só deve sair do papel com a confirmação do governo japonês do início da importação de etanol brasileiro, a ser utilizado como combustível naquele país, o que pode ocorrer ainda este ano. Mesmo tendo as regiões de Ribeirão Preto e do Triângulo Mineiro como possíveis supridoras do combustível, os japoneses optaram por financiar a própria logística para garantir a produção do combustível. O fornecimento do álcool exportado que passará pelo duto será da parceria entre Petrobras, a trading japonesa Mistui e o setor privado.
A parceria prevê a construção de 40 destilarias de álcool, a maioria no entorno entre a ponta e o meio do alcoolduto, em Goiás, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A parceria prevê que a Mitsui financie a construção das destilarias, os usineiros entrem com terra e com cana e a Petrobras com a logística para o escoamento, ou seja, o alcoolduto.
Os contratos de fornecimento de álcool para o Japão seriam por 20 anos e os orientais também se beneficiariam de projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) para conseguirem créditos de carbono gerados pelas unidades produtoras.
Após o fechamento dos primeiros contratos, os japoneses deverão receber o combustível brasileiro em até dois anos, prazo necessário para a construção das unidades produtoras e do alcoolduto. Além da adição do etanol à gasolina nos veículos, os orientais utilizariam o etanol brasileiro para a substituição do gás natural usado em usinas termoelétricas. Atualmente, a Petrobras já exporta álcool para a Venezuela e Nigéria e, além do Japão, a estatal prevê iniciar o comércio do combustível com os Estados Unidos, Europa, África do Sul e China.
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