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Cidades/Geral
Sexta - 27 de Abril de 2007 às 16:39

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Um conflito que existe há cerca de três anos entre garimpeiros e uma empresa do município de Aripuanã (1000 km de Cuiabá) pode se intensificar ainda mais. A informação é de um grupo formado por representantes da Cooperativa dos Garimpeiros de Aripuanã (Coopernã), empresários e políticos do município, que nesta semana estiveram na sede do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minérios do Estado (Sindiminério/M), filiado à Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), para discutir a assunto e buscar apoio.

De acordo com o diretor do Sindiminério e representante da Coordenação Nacional dos Garimpeiros, Laerte Lisboa Leite, a empresa Anglo Américan Brasil Ltda., é detentora de 411 mil hectares de subsolo na região de Aripuanã, área que anteriormente era explorada por garimpeiros. Apesar da homologação da área, garimpeiros continuam trabalhando no local. “Criamos uma comissão para regularizar esta situação, que pode se tornar crítica caso não seja tomada alguma atitude. O que estamos solicitando é uma pequena área para que os membros da Cooperativa possam trabalhar e sustentar suas famílias”, destaca ele.

A área requerida é de 150 hectares, ou seja, menos de 0,036% de toda a área da mineradora. “A área que os garimpeiros irão utilizar não irá atrapalhar a atividade principal da empresa, que fará a extração de zinco”, destaca o vereador de Aripuanã, Jonas Rodrigues da Silva. A mineradora possui a área há pelo menos 15 anos, porém, ainda não iniciou as atividades de exploração. “Cerca de 80 garimpeiros estão trabalhando lá clandestinamente, e já sofreram ameaças. O que queremos é resolver esse problema social, que pode agravar ainda mais a situação econômica do município”, ressalta vereador.

A Coopernã é uma empresa organizada de produção mineral, que foi criada com a finalidade de defender os interesses de um grupo de garimpeiros, dedicados a lavra de pequenos depósitos de ouro nas proximidades de Aripuanã. Segundo o presidente da Coopernã, Vilmone Pontes de Camargo, a Cooperativa conta hoje com aproximadamente 60 associados, que com a cessão da área, poderão gerar em torno de 300 empregos diretos no garimpo. “Pretendemos realizar atividades de extração de areia e seixo (fragmentos minerais)”.

A comissão entrou em contato com a empresa por diversas vezes, porém, não foi atendida. “Inclusive, já notificamos todas as autoridades sobre o que está ocorrendo. Já fomos à Assembléia Legislativa, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Metamat, Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e até no Ministério de Minas em Energia, em Brasília. Precisamos de apoio político para resolver esta questão”, diz o presidente.

Aripuanã, localizada na região noroeste do Estado, possui 25 mil habitantes. Destes, cerca de 2,5 mil são garimpeiros. “Muitos deixam de trabalhar na área e acabam realizando outros serviços para sustentar a família. Caso este conflito não seja resolvido, vamos ter um problema ainda maior para o município, que já enfrenta a crise dos setores agropecuário, agrícola e madeireiro”, ressalta o diretor do Sindiminério.

Nesta semana, no dia 25 (quarta-feira), a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) emitiu um parecer favorável à extração do ouro pelos garimpeiros na área requerida. Para o geólogo da Metamat, Antônio João Paes de barros, o conflito é de fácil resolução. “Basta que exista bom senso e interesse por parte das empresas e que os órgãos gestores exerçam suas competências”, afirma.





Fonte: 24HorasNews

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