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Polícia Brasil
Sexta - 27 de Abril de 2007 às 16:30

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Ontem o bicheiro Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, disse que investimentos do dinheiro de clientes em ações da Bolsa de Valores chegaram a render R$ 400 mil por mês em comissões. Aniz Abrahão David, o Anísio, alegou que a administração de imóveis e negociação de jóias alcançam R$ 100 mil mensais. Antônio Petrus Kallil, o Turcão, afirmou apenas que é dono de um hotel e uma academia e que há quatro meses explorava o jogo do bicho. Os três declararam isto em depoimento a 6ª Vara Federal Criminal, no processo que investiga a máfia dos jogos no Rio.

Apesar da alegação dos contraventores, a Polícia Federal apreendeu R$ 15 milhões na Operação Furacão, além de 51 carros, avaliados em R$ 20 milhões. Parte desse dinheiro, segundo a PF, era usada pelos infratores para comandar o esquema de corrupção nas polícias e na Justiça, em favor da exploração de jogos ilegais.

Eles negaram ter relação com bingos e caça-níqueis. Guimarães contou que entrou no jogo do bicho em 1982, "quando a atividade passou a ser tolerada no governo de Leonel Brizola" e saiu em 1993, quando foi condenado pela Justiça por contravenção. Lamentou que, com a volta à prisão, seu trabalho como agente financeiro autônomo ficará prejudicado.

"Os valores recebidos e declarados vêm aumentando ao longo dos anos. Vez por outra podem cair. Agora vai cair total", desabafou ele.

Anísio admitiu ser dono do imóvel onde funciona o Bingo Copacabana, na rua Nossa Senhora de Copacabana, mas que o alugou, embora tenha afirmado não receber dinheiro por isso. Alegando ter sido dono de fábrica de vidro, de gráfica e ex-criador de cavalos, o bicheiro afirma estar aposentado. Seu advogado, Ubiratan Guedes, acrescentou que há quatro anos Anísio teria vendido entre 40 e 50 imóveis para a Caixa Econômica Federal e aplicado o dinheiro.

Os acusados negaram comandar o esquema de pagamento de propina a policiais e magistrados. Anísio e Guimarães disseram que apenas conhecem o policial civil Marcos Antônio dos Santos Bretas, o Marcão, que seria o responsável pelo repasse.





Fonte: O Dia

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