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Cidades/Geral
Sexta - 27 de Abril de 2007 às 13:14
Por: Teodoro Moreira Lopes

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Álcool, imprudência, alta velocidade e falta de consciência de condutores de veículos e pedestres. Esta combinação explosiva faz de Cuiabá uma das capitais com trânsito mais violento do país. Somente este ano, 71 pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito na região metropolitana. Os números apontam para uma vítima a cada 38 horas. Assumi a direção do Detran na última segunda-feira (23) e defendo, claro, mais investimentos em educação, mas também medidas punitivas e fiscalização mais rigorosa.

Como gestor público, não poderia me furtar ao dever de lutar por um sistema de trânsito mais humano e menos doloroso. Defendo a volta dos radares eletrônicos como forma de conter a violência que ceifa vidas nas ruas e avenidas da Capital e das cidades do interior.

Também apóio a atuação da Polícia Rodoviária Federal, que já conta com equipamento móvel portátil dotado inclusive com câmera de vídeo, como forma de conter abusos nas rodovias. Essa é uma idéia que podemos implantar também nas ruas e avenidas das nossas cidades, como acontece em capitais como São Paulo, por exemplo.

O assunto, violência no trânsito, vem sendo amplamente discutido pela imprensa, que busca, aliada às autoridades públicas, conscientizar a população. Vale ressaltar que o trânsito não é feito apenas de veículos, mas também de pedestres, ciclistas, motociclistas e até mesmo animais, que por descuido de seus proprietários acabam invadindo ruas, avenidas e pistas de rodovias, causando acidentes graves e prejuízos irreparáveis.

Sei que assuntos como radar, multas, punição e rigor na fiscalização são polêmicos e causam controvérsias. Mas pergunte àquela mãe que viu o filho morto, coberto por um lençol branco, numa calçada da avenida Miguel Sutil, no início de abril, o que ela pensa sobre o assunto? Não me sai da cabeça o desespero dela.

A imprensa estampou a dor desta mulher, não apenas em busca de audiência e de leitores, mas acredito que, acima de tudo, em busca de tornar o fato uma lição para todos nós. Condutores que cometem infrações, graves ou leves, devem sim, ser punidos com mais rigor.

Nos EUA, por exemplo, o motorista infrator pode ser preso se não pagar as multas de trânsito, além, é claro, de ter o veículo apreendido. Por que aqui tem que ser diferente? Nossa frota é pequena se comparada à dos EUA. Os dados nos mostram que nossos jovens estão morrendo no trânsito, por ano, mais do que jovens americanos morreram na guerra do Vietnã. Uma calamidade!

Como eles [EUA] conseguem ter índices menores? Têm ótimas estradas, é claro, mas seus motoristas são rigorosamente fiscalizados e punidos quando cometem crimes de trânsito. E por aqui? Bem, ainda impera o populismo de políticos e a benevolência de liminares concedidas indiscriminadamente por magistrados, permitindo que infratores circulem livremente sem pagar multas geradas, muitas vezes, por práticas abusivas e danosas a terceiros no trânsito. Ao invés do bordão “Xô Multas”, que já cansei de ver por ai, vamos pregar “Xô Impunidade”, que tal? O Editorial de A Gazeta trouxe uma ótima reflexão sobre o assunto na edição do dia 26.04

Algumas pessoas vão perguntar: “por que não fazem lombadas tradicionais de concreto”? Outros dirão: “é mais uma forma de arrecadar dinheiro”. Mas, sinceramente, lombadas tradicionais punem a todos; lombadas eletrônicas e radares punem apenas infratores e isto faz muita diferença para quem respeita o Código de Trânsito.

Também proponho um trabalho em parceria com nossos parlamentares no sentido de criar projetos de lei que vinculem os recursos arrecadados com multas desta natureza a programas de educação para o trânsito. Enquanto escrevo este artigo, penso que mais pessoas podem estar perdendo suas vidas. Por isso, não podemos perder tempo. Somos todos responsáveis por isto. Conclamo toda a sociedade a unir forças nesta batalha pela paz no trânsito. Uma batalha que prega VIDA. Vida nos Caminhos de Mato Grosso!





Fonte: Presidente do Detran-MT

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