Violência no trânsito: Somos todos responsáveis
Como gestor público, não poderia me furtar ao dever de lutar por um sistema de trânsito mais humano e menos doloroso. Defendo a volta dos radares eletrônicos como forma de conter a violência que ceifa vidas nas ruas e avenidas da Capital e das cidades do interior.
Também apóio a atuação da Polícia Rodoviária Federal, que já conta com equipamento móvel portátil dotado inclusive com câmera de vídeo, como forma de conter abusos nas rodovias. Essa é uma idéia que podemos implantar também nas ruas e avenidas das nossas cidades, como acontece em capitais como São Paulo, por exemplo.
O assunto, violência no trânsito, vem sendo amplamente discutido pela imprensa, que busca, aliada às autoridades públicas, conscientizar a população. Vale ressaltar que o trânsito não é feito apenas de veículos, mas também de pedestres, ciclistas, motociclistas e até mesmo animais, que por descuido de seus proprietários acabam invadindo ruas, avenidas e pistas de rodovias, causando acidentes graves e prejuízos irreparáveis.
Sei que assuntos como radar, multas, punição e rigor na fiscalização são polêmicos e causam controvérsias. Mas pergunte àquela mãe que viu o filho morto, coberto por um lençol branco, numa calçada da avenida Miguel Sutil, no início de abril, o que ela pensa sobre o assunto? Não me sai da cabeça o desespero dela.
A imprensa estampou a dor desta mulher, não apenas em busca de audiência e de leitores, mas acredito que, acima de tudo, em busca de tornar o fato uma lição para todos nós. Condutores que cometem infrações, graves ou leves, devem sim, ser punidos com mais rigor.
Nos EUA, por exemplo, o motorista infrator pode ser preso se não pagar as multas de trânsito, além, é claro, de ter o veículo apreendido. Por que aqui tem que ser diferente? Nossa frota é pequena se comparada à dos EUA. Os dados nos mostram que nossos jovens estão morrendo no trânsito, por ano, mais do que jovens americanos morreram na guerra do Vietnã. Uma calamidade!
Como eles [EUA] conseguem ter índices menores? Têm ótimas estradas, é claro, mas seus motoristas são rigorosamente fiscalizados e punidos quando cometem crimes de trânsito. E por aqui? Bem, ainda impera o populismo de políticos e a benevolência de liminares concedidas indiscriminadamente por magistrados, permitindo que infratores circulem livremente sem pagar multas geradas, muitas vezes, por práticas abusivas e danosas a terceiros no trânsito. Ao invés do bordão “Xô Multas”, que já cansei de ver por ai, vamos pregar “Xô Impunidade”, que tal? O Editorial de A Gazeta trouxe uma ótima reflexão sobre o assunto na edição do dia 26.04
Algumas pessoas vão perguntar: “por que não fazem lombadas tradicionais de concreto”? Outros dirão: “é mais uma forma de arrecadar dinheiro”. Mas, sinceramente, lombadas tradicionais punem a todos; lombadas eletrônicas e radares punem apenas infratores e isto faz muita diferença para quem respeita o Código de Trânsito.
Também proponho um trabalho em parceria com nossos parlamentares no sentido de criar projetos de lei que vinculem os recursos arrecadados com multas desta natureza a programas de educação para o trânsito. Enquanto escrevo este artigo, penso que mais pessoas podem estar perdendo suas vidas. Por isso, não podemos perder tempo. Somos todos responsáveis por isto. Conclamo toda a sociedade a unir forças nesta batalha pela paz no trânsito. Uma batalha que prega VIDA. Vida nos Caminhos de Mato Grosso!
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