Juiza cita participação de magistrados e parlamentares em jogos ilegais
“Através desta estrutura, as investigações trouxeram a lume sérios indícios de que a quadrilha pagava milhões de reais por decisões judiciais (em tese prolatadas pelos desembargadores federais Ricardo Regueira, Carreira Alvim e ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça), assim como pagava ainda 'mesadas' a policiais, delgados e até mesmo a um juiz do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, Ernesto Dória, e a um procurador regional da República, João Sérgio Leal”, diz o processo.
O desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, aparece no processo como se tivesse recebido R$ 1 milhão para liberar 900 máquinas apreendidas. O pagamento teria sido intermediado por seu genro, Silvério Nery Jr. O desembargador também teria recebido, por intermédio do advogado Sérgio Luzio, propina de R$ 150 mil para liberar máquinas da empresa Abraplay, de propriedade de Marcelo Kalil, filho de Antônio Kalil, o Turcão.
O processo também informa que o ministro Paulo Medina teria recebido R$ 600 mil para dar uma decisão favorável à quadrilha no STJ em um recurso do Ministério Publico contra a decisão de Alvim. O esquema teria sido intermediado por Virgílio Medina, irmão do ministro.
A juíza também aponta o envolvimento de parlamentares no esquema. “A investigação traz ainda elementos no sentido de que a quadrilha não só contribuía para campanhas de parlamentares, como com eles mantinha contatos para tratar de assuntos relacionados à legalização dos jogos de azar, o que demonstra o grau de infiltração nos mais variados poderes da República”, aponta o processo.
Comentários