Europa investigará Polônia por discriminação sexual
O primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski, ao responder a uma resolução do Parlamento Europeu em mandar uma missão à Polônia para investigar recentes comentários antigays feitos por funcionários graduados do governo, disse que os homossexuais não são discriminados na Polônia. "Ninguém limita os direitos dos gays na Polônia," disse Kaczynski, líder do conservador Partido da Lei e da Justiça, à imprensa, algumas horas depois da votação no Parlamento Europeu.
"De qualquer maneira, se nós estamos falando em não ter propaganda homossexual nas escolas polonesas, eu estou totalmente de acordo com aqueles que são contra isso," ele disse. "Essa propaganda não pode existir nas escolas; definitivamente, ela não serve aos jovens. Não é do interesse de nenhuma sociedade aumentar o número de homossexuais - isso é óbvio."
O projeto de lei a favor da educação sexual nas escolas - apoiada pelos socialistas, liberais e verdes, mas oposta pelos parlamentares conservadores - deverá estremecer ainda mais as relações entre a Polônia e a União Européia (UE). Desde que ingressou no bloco em 2004, a Polônia já entrou em choque com a UE várias vezes, em temas que vão do meio ambiente à economia. O projeto de lei que tramita no Parlamento poderá instituir a instrução sobre sexo seguro nas escolas.
A vasta maioria dos 38 milhões de poloneses é de católicos romanos praticantes, que consideram o homossexualismo como pecado. O partido de Kaczynski, que governa o país desde 2005, aliou-se à liga das famílias, de direita, que faz campanhas contra o aborto e a homossexualidade. Robert Biedron, chefe da Campanha Polonesa contra a Homofobia, condenou o discurso de Kaczynski, chamando-o de "velhos comentários homofóbicos, cheios de intolerância e ódio contra os homossexuais."
No mês passado, o delegado do Ministério da Educação, Miroslaw Orzechowski, disse que os professores que promoverem a "cultura homossexual" nas escolas serão demitidos. O ministro anunciou que enviará um projeto de lei ao Parlamento para isso. A resolução do Parlamento Europeu pede às autoridades polonesas que condenem, publicamente, as declarações feitas pelos funcionários e tomem medidas "contra a discriminação e o ódio baseados na orientação sexual".
Comentários