Brasil começa a produzir vacina contra a gripe

O Brasil já pode barrar o desenvolvimento do vírus influenza, causador da gripe em seres humanos, sem ter de recorrer à importação de vacinas.

Será inaugurada a fábrica de produção desses medicamentos, no Instituto Butantan de São Paulo. Essa é a primeira unidade do gênero no hemisfério sul, erguida em um espaço de 10 mil metros quadrados, com capacidade para produzir 40 milhões de doses da vacina por ano.

Essa quantidade é o dobro da demanda anual usada na campanha nacional de vacinação de idosos. O projeto foi desenvolvido a partir de um acordo de transferência de tecnologia com o laboratório francês Sanofi-Aventis, assinado em 1999, paralelamente ao início da campanha nacional de vacinação anti-gripal.

O investimento soma R$ 78 milhões: metade dos recursos provém do orçamento do Ministério da Saúde e a outra parte foi complementada pelo governo paulista. De acordo com a secretaria estadual de Saúde, a nacionalização vai representar uma economia aos cofres públicos de R$ 100 milhões.

Com a instalação da fábrica, o Instituto Butantan adequou sua infra-estrutura para que, numa parte da unidade, também ocorra a produção em escala da vacina contra a gripe aviária. A instituição integra a lista de cinco laboratórios credenciados no mundo para produzir esse tipo de imunização.

A secretaria informa que a entrada em operação da fábrica permitirá ampliar o universo de imunização. Hoje, o acesso gratuito às vacinas é limitado a pessoas com idade a partir de 60 anos. Nessa faixa etária, por exemplo, é maior o risco de complicações no estado geral do organismo em caso de gripe.

Estima-se que a doença atinja, anualmente, entre 10 a 20% da população mundial, 600 milhões de pessoas. Os casos que levam a morte chegam entre 250 mil a 500 mil.