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Internacional
Quinta - 26 de Abril de 2007 às 07:47

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A proposta, que provocou um impasse entre democratas e republicanos, prevê a liberação de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 203 bilhões) em novos fundos para a guerra, desde que as tropas comecem a deixar o Iraque em outubro, com a retirada completa prevista para março de 2008.

O projeto recebeu 218 votos favoráveis e 208 contrários, e deve passar nesta quinta-feira pelo Senado que, assim como a Câmara, é controlado pela oposição democrata.

Semanas de negociações foram necessárias até que o Legislativo chegasse à atual resolução, formulada na esteira de medidas anteriores que não condicionavam a liberação dos recursos a um cronograma final de retirada.

Antes da votação, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, havia ameaçado vetar o projeto caso fosse aprovado pela Câmara.

"Na noite de hoje, a Câmara dos Representantes votou pelo fracasso no Iraque - e o presidente vai vetar essa lei", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino.

Apesar de controlarem ambas as Casas no Congresso, os democratas não têm votos em número suficiente para impedir um veto presidencial.

"Os sacrifícios feitos pelos nossos soldados e suas famílias exigem mais do que os cheques em branco que o presidente está pedindo, para uma guerra sem fim", disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi.

Pelosi pediu ao presidente que sancione a lei, "para que possamos nos concentrar em vencer a guerra contra o terrorismo, que é a verdadeira ameaça ao povo americano".

Mas Bush não demonstra qualquer sinal de que vá se afastar de sua determinação de vetar qualquer lei que condicione os gastos de guerra a um prazo para a retirada das tropas.

"Aceitar o projeto de lei proposto pela liderança democrata seria aceitar uma política que contradiz diretamente o parecer de nossos comandantes militares", disse o presidente.

Críticas

Pouco antes da votação, o principal comandante militar americano no Iraque, o general David Petraeus, fez um último esforço para tentar persuadir os legisladores contra a proposta.

O comandante tentava ganhar apoio para o plano de Bush de aumentar o número de soldados americanos no Iraque, na chamada "escalada", para melhorar as condições de estabilidade no país. Nem todas as tropas extras previstas já chegaram ao Iraque.

A proposta dos democratas também foi criticada pelo ministro de Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, em entrevista à BBC durante uma visita ao Irã - onde negocia a participação do governo iraniano em um encontro regional que será realizado no Egito na próxima semana e deverá ter como tema principal a segurança no Iraque.

Segundo Zebari, os esforços do Congresso americano para estabelecer um "prazo irreal" para a retirada das tropas (a partir de outubro) "não vão ajudar na segurança nem no desenvolvimento político" do Iraque.

O ministro iraquiano disse estar impressionado com o fato de um prazo para a retirada das tropas americanas estar em discussão no momento em que a resolução da ONU sobre o mandato da coalizão liderada pelos Estados Unidos está prestes a ser renovada, em junho.

Zebari disse ainda que os americanos não devem se retirar do Iraque antes que as forças iraquianas estejam autoconfiantes.





Fonte: BBC Brasil

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