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Agronegócios
Quarta - 25 de Abril de 2007 às 15:54

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O embargo europeu ao mel brasileiro, desde março de 2006, não impede que as exportações brasileiras desse produto continuam crescendo. Em março deste ano, o valor da exportação de mel duplicou e a quantidade exportada aumentou mais de 150% em relação o mês de fevereiro.

As exportações do País atingiram US$ 1,7 milhão e 2,033 milhões quilos, em março, frente aos US$ 865,4 mil e 486,4 mil quilos exportados em fevereiro deste ano. Porém, a receita de exportação com o produto neste primeiro trimestre do ano (US$ 3,11 milhões) ainda é 48% inferior a do mesmo período de 2006 (US$ 6,011 milhões).

O consultor da Unidade de Agronegócios do Sebrae e coordenador nacional da Rede Apicultura Integrada Sustentável (Rede Apis), Reginaldo Resende, explica que a queda relativa na receita é justificada, em parte, pelo fato das exportações de mel no primeiro trimestre do ano passado terem sido atípicas. "Naquele período houve um grande aumento nos volumes de mel brasileiro importado pela Europa antes do embargo europeu ao produto brasileiro", ressalta. No primeiro trimestre de 2006, só a Alemanha respondeu por 68% das importações de mel do Brasil.

Neste primeiro trimestre do ano, Rio Grande do Sul foi o maior estado exportador, com US$ 1,09 milhão, seguido de São Paulo (US$ 840,6 mil) e de Santa Catarina (US$ 443,2 mil). O Rio Grande do Norte, que não havia exportado no primeiro trimestre de 2006, foi o sexto estado exportador com US$ 105,9 mil, ultrapassando o Piauí, tradicional exportador nordestino.

O mercado americano foi o principal importador do mel brasileiro, alcançando US$ 3,006 milhões, o equivalente a 96,6% do total das exportações no período. Destaca-se que de 2005 para 2006, o Brasil passou de sétimo para o quarto maior exportador de mel para os Estados Unidos, ultrapassando países como Vietnã, Índia e Rússia, tradicionais exportadores.

Mel em alta

O cenário do comércio internacional de mel para os próximos meses é favorável ao Brasil. É nisso que Paulo Levy, diretor da empresa Cerapi, exportadora cearense de mel orgânico, acredita. Ele diz que a safra do Nordeste será maior que a do ano passado e terá ótima qualidade.

Outro ponto positivo e de destaque será a entrada em vigência, a partir do dia 1º de maio, da exigência da Aduana Americana de pagamento à vista da tarifa 'anti-dumping' de mais de 300% sobre a importação de mel da China. "Com essa medida, o mel chinês pode perder competitividade e, assim, haverá recuperação do preço do mel brasileiro e um aumento na demanda", avalia Levy.

Há ainda o Distúrbio do Colapso das Colônias, que causou a diminuição de 25% dos enxames dos EUA. Houve também quebra na safra de mel na Ásia, em especial, no Vietnã e na China. Esses episódios têm como conseqüência a redução dos volumes ofertados por esses países, abrindo espaço para o mel brasileiro.

Os apicultores brasileiros também estão na expectativa de que haja o retorno, no segundo semestre deste ano, das exportações de mel para a Europa. "A missão da União Européia ao Brasil atestou que o mel brasileiro está entre os que têm menor nível de resíduos", ressalta Levy. Para ele, esse é um sinal de que o embargo europeu ao mel brasileiro logo será extinto.

Ceras

No primeiro trimestre do ano, as exportações de outras ceras de abelhas foram da ordem de US$ 1,14 milhão. Esse resultado representa uma redução de 20,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Do total comercializado desse produto, 77% foi destinado ao Japão e 19,6% à China. A liderança na exportação foi de São Paulo (US$ 58,1 mil), seguido de Minas Gerais (US$ 500,2 mil).

Os dados constam do levantamento consolidado pelos consultores da Unidade de Agronegócios do Sebrae e coordenadores nacionais da Rede Apicultura Integrada Sustentável (Rede Apis), Alzira Vieira e Reginaldo Resende. A referência é o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet (Alice-Web), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.





Fonte: Clube do Fazendeiro

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