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Nacional
Quarta - 25 de Abril de 2007 às 08:44

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O economista Albert Fishlow, da Universidade de Columbia, em Nova York, avalia que o setor de educação é um dos segmentos nos quais "a administração Lula não foi bem".

"Ele (o presidente Luiz Inácio Lula da Silva) parece disposto a aceitar a enorme expansão de universidades particulares de má qualidade. Ele parece estar disposto a ver uma ausência de reformas sem as quais o nível educacional dos professores do Nordeste permanece abaixo dos níveis apropriados", afirmou Fishlow.

Os comentários do economista, diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Columbia, foram feitos em um evento sobre os cem dias do segundo mandato de Lula, realizado na sede do instituto de pesquisas políticas Inter American Dialogue, em Washington.

As declarações de Fishlow se dão no mesmo dia em que o governo Lula lançou em Brasília o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O programa destina para o setor R$ 1 bilhão em 2007 e, até o final de 2010, uma soma adicional de R$ 8 bilhões. O presidente acredita que o PDE irá pôr fim à elite do saber e do "berço e do sobrenome".

Desigualdades

Segundo o economista, o país sempre fez indicações de que pretendia promover mudanças no setor, mas as ações nesse sentido nunca se deram.

De acordo com o economista, "o Brasil é um dos únicos países no mundo que investem apenas US$ 15 mil por ano para cada aluno em universidades públicas e entre US$ 700 ou US$ 800 (por aluno) em escolas públicas".

Fishlow acrescentou ainda que o Brasil "é o único país no mundo em que 50% dos que completam cinco anos de educação básica são classificados como analfabetos".

O país, diz ele, ocupa as posições mais baixas em rankings de conhecimento de matemática e ciência.

Para Fishlow, a única maneira de reduzir a forte desigualdade social vivida no Brasil é através da educação. "A educação é responsável pela diferença de 40% na renda de indivíduos no Brasil", afirmou.

No entender do economista, investir em educação é a forma de "mudar os rumos do Brasil nos próximos 25 anos", mas ele é cético de que isso venha a ocorrer.

"Infelizmente, a atenção deverá estar mais voltada para temas e problemas de curto prazo, que são muitos, e não haverá medidas decisivas."





Fonte: BBC Brasil

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