Deputados equatorianos pedem asilo na Colômbia

Onze deputados da oposição equatoriana chegaram na noite desta terça-feira a Bogotá para pedir asilo político, e outros quatro devem fazer o mesmo nas próximas horas, após a decisão de uma promotora de pedir a prisão de 24 legisladores por sedição, informou a deputada equatoriana Gloria Gallardo.

"Viemos à Colômbia, que é um país irmão, para pedir proteção e asilo político", disse Gallardo, que chegou em um vôo procedente de Quito com outros 10 deputados do PRIAN (direita), o principal partido do Equador.

A deputada revelou à rádio RCN que outros quatro congressistas, do Partido Social Cristão (PSC, direita), estão a caminho da Colômbia via Ipiales, na fronteira entre os dois países.

Entre os congressistas que pediram asilo político à Colômbia estão ainda Silka Sánchez, Luis Fernando Torres, Alfonso Harb, Alfredo Serrano e Mauricio Ponce, segundo Gallardo.

Nesta terça-feira, a promotora Elsa Moreno pediu a prisão de 24 dos 50 deputados reabilitados pelo Tribunal Constitucional, que revogou sua cassação pela justiça eleitoral.

Segundo a promotora, os deputados são suspeitos de sedição por "violar a Constituição e impedir a reunião do Congresso".

O presidente equatoriano, Rafael Correa, afirmou mais cedo não ter qualquer responsabilidade no pedido de prisão contra os 24 deputados e disse que vai intervir no caso.

"Não temos nada a ver com estas ações legais, que não são patrocinadas pelo governo, mas como responsável pela paz, vou pedir aos autores da ação (contra os deputados) que a retirem", disse Correa em entrevista coletiva.

Correa considerou "inoportuna" a eventual prisão de 24 dos 50 deputados envolvidos na questão, destacando que o Equador vive um "momento politicamente sensível". Por seis votos a três, os magistrados do TC reabilitaram na segunda-feira o grupo de deputados opositores, acatando a decisão de um juiz provincial e revogando a sentença do Tribunal Supremo Eleitoral, adotada no dia 28 de março.