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Internacional
Terça - 24 de Abril de 2007 às 23:59

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O governo da Somália está retendo a ajuda humanitária vital que deveria ser distribuída a dezenas de milhares de pessoas enquanto ataques de carros-bomba e lutas de rua, hoje, elevaram o número de mortos a 1.500 em menos de um mês, deixando o país africano à beira da catástrofe, alertam diplomatas e testemunhas. Os combates na terça-feira estouraram horas depois de o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, ter feito um pedido aos combatentes para que suspendam a luta e permitam que a ajuda humanitária chegue aos necessitados. O governo da Somália e seus aliados da Etiópia tentam esmagar uma rebelião islâmica e os civis estão em meio aos violentos combates.

A ONU afirma que mais de 320.000 dos 2 milhões de habitantes da capital somali, Mogadiscio, fugiram das suas casas desde fevereiro, levando a colunas de refugiados nas estradas, que se dirigem a campos esquálidos onde existe pouca alimentação, não há abrigo e as doenças se propagam. A Somália sofre a pior crise humanitária da sua história recente, diz a ONU.

Mas o fraco governo de transição faz questão de inspecionar todos os carregamentos de comida e remédios da ajuda humanitária, retendo no caminho um meio potencial para salvar vidas, alertaram funcionários europeus e americanos.

A ONU, a União Européia (UE) e o embaixador americano responsável pela Somália e o Quênia fizeram apelos ao presidente da Somália, Abdullahi Yusuf, e ao primeiro-ministro, Ali Mohamed Gedi, em cartas nos últimos trinta dias, para que o governo abrande as restrições à entrega da ajuda aos refugiados.

"Os esforços das agências internacionais em ajudar às pessoas atingidas pela guerra estão sendo comprometidos, de uma parte pelas milícias que saqueiam os suprimentos e tratam com violência os trabalhadores humanitários, e de outra parte pelos obstáculos administrativos impostos pelo governo federal de transição", escreveu o embaixador da Alemanha no Quênia, em nome da União Européia, em uma carta de 20 de abril a Yusuf.





Fonte: AE-AP

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