Furacão: presos não devem nem pernoitar no RJ
As audiências do processo serão cercadas de dificuldades. Está previsto que a cada dia, serão ouvidos três réus. A PF não dispõe, no Rio, de local para custódia - seus presos ficam no sistema prisional do Estado. Mas, por exigência da juíza, todos os acusados terão que estar presentes a cada ato do processo, para evitar a sua nulidade. A medida decorre de decisão do STF que determinou que o réu tem o direito a estar presente às sessões que envolvam o seu caso. Foi o que obrigou a Polícia Federal a recentemente levar do presídio federal de Catanduvas (PR) para o Rio o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para assistir depoimentos em casos em que é julgado.
Até hoje, os 21 acusados da Furacão cujo processo foi para a 6ª Vara Federal Criminal continuavam em Brasília. Eles só deverão ser levados para o Rio de Janeiro amanhã, num esquema que envolverá inclusive um avião do DPF. Todos deverão ficar presos no presídio de Campo Grande, até o fim do processo ou até ordem judicial em contrário. Entre os presos, estão os bicheiros Ailton Guimarães Jorge, Aniz Abrahão David, e Antônio Petrus Kalil, além do advogado Virgílio Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina. As acusações incluem corrupção e compra de decisões judiciais.
Na semana passada, o ministro Cezar Peluso, do STF, decidiu desmembrar o processo. Na parte que ficou com o Supremo, serão investigados os desembargadores federais José Eduardo Carreira Alvim e José Ricardo de Siqueira Regueira, o juiz do Trabalho de São Paulo Ernesto da Luz Pinto Doria e o procurador da República João Leal. Os quatro, que também estavam presos, foram libertados. O ministro Medina, que também é investigado pelo STF, teve sua prisão preventiva negada. Já os outros 21 réus, que cumpriam prisão temporária, com o desmembramento tiveram sua preventiva decretada pela 6ª Vara Federal.
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