Buraco negro, no espaço aéreo, ameaça na Amazônia
As falhas decomunicação resultantes do equipamento ineficiente já colocaram aviões em risco iminente de colisões na área da Amazônia, segundo os relatórios. O "buraco negro" está localizado na área que compreende o sul do Amazonas, os municípios de Alta Floresta e Sinop, no Mato Grosso, a Serra do Cachimbo e Jacareacanga, no Pará. Há falhas também de comunicação - freqüência de rádio - registradas pelos controladores em Manaus e Porto Velho.
Aviões que trafegam nessa área continuam sumindo dos radares até hoje, segundo os relatórios. Em 14 de janeiro, um controlador registrou que o setor é uma zona cega. "A situação no S06 [setor 6] do ACC-AZ [centro de controle amazônico] é degradante. Os radares são falhos em quase sua totalidade. Mas a mais famosa região é onde caiu o Gol. Lá, nós de Manaus [Cindacta-4], temos o radar, mas quem controla é Brasília [Cindacta-1], que não tem a visualização do radar. Ou seja, quem vê não controla e quem controla não vê. É um buraco negro na medida que nessa região os radares são inconfiáveis (sic) e as freqüências (comunicação via rádio com os pilotos) não funcionam", diz o documento.
Em outro relatório, da mesma data, um controlador afirma que, no setor 6, os auxílios a navegação estão "inoperantes nas região de Cachimbo e Jacareacanga e Alta Floresta". "Existem auxílios à navegação que já estão inoperantes por um período de quase quatro anos", diz o relatório. Nos documentos, os controladores registram "grave situação de risco de colisão" entre aeronaves.
O Comando da Aeronáutica reiterou em nota oficial, divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, que o espaço aéreo brasileiro é "absolutamente seguro", negando existir um "buraco negro" na área entre os Cindacta-1 (Brasília) e 4 (Manaus). Em relação às possíveis falhas citadas em relatórios dos controladores, o comando destacou que o Brasil faz parte do "grupo 1 da Oaci (Organização da Avião Civil Internacional)". "O que significa dizer que seus serviços de controle de tráfego aéreo possuem um alto índice de segurança, reconhecidos internacionalmente. Fazem parte desse grupo, também, os Estados Unidos, o Canadá, a Inglaterra, dentre outros", diz a nota, que é assinada pelo chefe do Cecomsaer (Centro de Comunicação Social da Aeronáutica), brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez.
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