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Internacional
Terça - 24 de Abril de 2007 às 00:55

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Os partidos da oposição no Canadá solicitaram hoje a renúncia do ministro da Defesa, Gordon O'Connor, enquanto alguns analistas avisam que os soldados canadenses poderão ser julgados por crimes de guerra pelo tratamento dado aos detidos no Afeganistão. O jornal The Globe and Mail afirmou hoje que alguns prisioneiros detidos pelo Exército canadense foram torturados depois de entregues às autoridades afegãs. O Canadá tinha afirmado que a segurança dos detidos estava garantida.

Após a revelação, os partidos da oposição no Parlamento chamaram O'Connor de "incompetente". Para eles, o ministro deveria ter garantido o cumprimento da Convenção de Genebra.

Em declarações à televisão pública canadense CBC, dois especialistas em direitos humanos, os professores Michael Byers e Amir Attaran, disseram que os soldados canadenses podem ser acusados de crimes de guerra pela transferência de prisioneiros para serem torturados.

Byers, professor de direito internacional na Universidade de Colúmbia Britânica, afirmou que as leis internacionais "proíbem a ajuda a tortura de qualquer forma". Para ele, a atitude das autoridades canadenses parece ir contra as suas obrigações.

Os catedráticos solicitaram que o Canadá deixe de ceder prisioneiros e que construa instalações para os detidos.

O primeiro-ministro canadense, o conservador Stephen Harper, afirmou que o Governo encara "de forma séria as alegações", mas defendeu o ministro da Defesa.

"Seu trabalho é garantir que nossas forças no Afeganistão tenham as ferramentas para fazer seu trabalho", sustentou.

O chefe do Estado-Maior canadense, o general Rick Hillier, também foi criticado por seu papel no escândalo. Ele assinou em dezembro de 2005 o acordo com o ministro da Defesa afegão para a transferência de detidos. Mas, ao contrário de países europeus que operam no Afeganistão, não exigiu a verificação da condição dos prisioneiros após sua transferência.

Há várias semanas, o Globe and Mail publicou que pelo menos três prisioneiros detidos por forças canadenses e transferidos às autoridades de Cabul desapareceram.

O Canadá tem cerca de 2.500 soldados no Afeganistão, a maioria na conflituosa região de Kandahar, no sul do país. Desde 2002, 53 soldados e um diplomata canadenses morreram no país.




Fonte: EFE

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