Leandrinho é eleito o melhor sexto homem da NBA

Há quatro anos, quando o Brasil ainda engatinhava na NBA, ninguém acreditava que a liga mais poderosa do planeta poderia se render ao basquete verde-amarelo. Ou melhor, quase ninguém. O franzino Leandrinho, hoje com 1,91m e 85kg, jamais desistiu do sonho. E a primeira recompensa acaba de chegar. Um dia depois de comandar o Phoenix Suns na estréia dos playoffs, o ala-armador recebeu nesta segunda o título de melhor sexto homem da temporada.

Aos 24 anos, Leandrinho encarna o espírito do prêmio melhor do que qualquer outro. O sexto jogador do Phoenix, primeiro a sair do banco de reservas durante as partidas, tem mudado o ritmo da ação na quadra com a autoridade de um veterano. No domingo, ele brilhou no segundo tempo e, com 26 pontos, garantiu a vitória da equipe contra o Los Angeles Lakers. O resultado deixa o time do Arizona com 1 a 0 na série.

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Com médias de 18,1 pontos, quatro assistências e 43% de aproveitamento nos arremessos de três, o brasileiro vive sua melhor fase desde que chegou aos Estados Unidos, em 2003. Ao longo da etapa de classificação, ele disputou 79 dos 82 jogos do Suns, e foi titular em apenas 17. O dado pesou na disputa com Manu Ginóbili pelo prêmio. O argentino foi titular em quase metade das partidas do San Antonio, o que o afasta do espírito de sexto homem.

As lições que aprendeu com o MVP Steve Nash fizeram de Leandro Mateus Barbosa uma arma letal no ataque. Durante o campeonato, ele arrancou elogios rasgados até dos adversários, incluindo astros como Tracy McGrady e Kobe Bryant. O técnico Mike D`Antoni, que o considera um dos jogadores mais velozes do planeta, reforçou a opinião ao fim da partida deste de domingo:

- Ele é simplesmente muito mais rápido do que qualquer outro, é inacreditável - afirmou o treinador na entrevista coletiva.

Do início tímido às entrevistas em inglês

Quando saiu de Bauru, no interior de São Paulo, Leandrinho já carregava o sonho de brilhar na NBA. O caminho não foi fácil. Sem intimidade com o idioma, o garoto penou para se adaptar. O tempo passou e, aos poucos, ele foi ganhando confiança. No domingo, antes mesmo de deixar a quadra, gastou o inglês na entrevista para a TV americana:

- Eu simplesmente tentei ser agressivo, como fui durante toda a temporada. Eles queriam reduzir a velocidade do jogo, mas aí não seria o nosso modo preferido de atuar - explicou.

Enquanto brilha na América do Norte, o brasileiro pode ficar afastado da seleção. A presença dele no Pan do Rio está praticamente descartada. A diretoria do Phoenix Suns ainda não confirmou se vai liberá-lo para disputar o Pré-Olímpico de Las Vegas, em agosto.