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Cidades/Geral
Segunda - 23 de Abril de 2007 às 16:34

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Prefeitos integrantes do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Sócio-ambiental Alto do Rio Paraguai se reuniram com produtores e proprietários de lacticínios no último sábado (21), em Arenápolis. O objetivo da reunião era apresentar um projeto de revitalização da bacia leiteira da região, implantado há dois anos, na cidade de Buíque em Pernambuco, e que já foi apresentado a outros dois consórcios, Complexo Nascente do Pantanal e Vale do Guaporé.

Um grupo de prefeitos mato-grossenses, liderado pelo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios - AMM, José Aparecido dos Santos, visitou, no final do mês passado, a sede do projeto desenvolvido no agreste pernambucano que tem como objetivo revitalizar a economia local com foco para a cadeia do leite. “Quando eu soube do projeto, convidei alguns prefeitos de municípios com potencial leiteiro para conhecer o Plano de Revitalização da Bacia Leiteira do Vale do Ipanema. Percebi, em companhia dos outros prefeitos, que temos tudo o que precisamos para dar um salto de produção e qualidade do leite em Mato Grosso. O que nos falta é organização e estruturação da cadeia produtiva”, explicou.

Segundo Cidinho, a reação da cadeia é rápida. Com assistência técnica necessária é possível reestruturar a cadeia do leite. “A proposta inicial é realizar um diagnóstico, um levantamento das famílias que desenvolvem essa atividade na região para construir um plano que venha ao encontro da realidade local”, afirmou.

O prefeito de Arenápolis, Rogaciano Sampaio Filho, afirmou que também pretende conhecer o projeto in loco já que o Plano de Revitalização da bacia leiteira se encaixa perfeitamente com a realidade de seu município e região. “ Nós temos o pasto, água, rebanho e os lacticínios que vão absorver a produção. Precisamos modernizar as técnicas empregadas e mudar a economia local através do leite”, destacou.

De acordo com o engenheiro agrônomo e consultor do Planipanema, Rômulo Carlos da Silva Filho, o projeto não foi desenvolvido para que o agricultor familiar sobreviva no campo. Ele foi criado para que o produtor possa se desenvolver e automaticamente gerar aumento de renda. “Precisamos promover o acesso do produtor ao conhecimento, à modernização do campo, a novas tecnologias, que se bem empregadas podem transformar a realidade e promover uma mudança de paradigmas”, ressaltou.

Segundo o prefeito de Denise, Israel Antunes, que participou da comitiva a Pernambuco, o potencial mato-grossense é enorme, mas a produtividade ainda é baixa. “Estamos num local rico e ainda não aprendemos a aproveitar o que possuímos. Precisamos reorganizar nossas propriedades rurais e fomentar a economia de nossos municípios”, lembrou. O prefeito disse ainda que as prefeituras precisam do apoio dos produtores e empresários do ramo leiteiro para mudar a realidade atual da cadeia. “Nós estamos mostrando o caminho do sucesso, mas são vocês que estão na dia-a-dia das propriedades e precisam modernizar a produção. A mudança de visão não pode ser só do poder público, tem que partir dos produtores também. Temos condições de nos tornarmos um dos estados com maior produtividade do país em vários segmentos, não só na carne, soja e arroz. Essa mudança é possível, só depende de nós”, afirmou.

Para o prefeito de Santo Afonso, Venceslau Campos, é preciso mudar a realidade local com urgência senão as empresas do município vão fechar as portas. Ele lembra que em Santo Afonso há dois lacticínios com potencial de produção bem maior que operam hoje. Parte dos produtores da região não se preocupa com a alimentação suplementar do gado e muito menos com o melhoramento genético. “Há dois anos a prefeitura distribui sêmen gratuitamente para os produtores que desejam fazer inseminação artificial no gado, mas não temos procura por parte dos agricultores familiares”, afirmou.

Uma das principais reclamações tanto dos prefeitos como dos produtores é a falta de assistência técnica nas propriedades. É considerado humanamente impossível um técnico da Empaer percorrer todas as propriedades e realizar um trabalho de qualidade. Sobre isso o consultor do Plano de Revitalização da Bacia Leiteira em Pernambuco, Rômulo Carlos, destacou que com a implantação do projeto cada grupo de 40 famílias terá à disposição um técnico rural. “Trabalhando dessa forma estamos muito acima do índice recomendado pela ONU é que é de um técnico rural para cada grupo de 100 famílias”, explicou. Ainda segundo o consultor, com a revitalização da cadeia se fomenta a geração de emprego e renda no município. “Para cada emprego gerado na produção leiteira outros três empregos são criados na cadeia”, finaliza.





Fonte: AMM

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