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Agronegócios
Segunda - 23 de Abril de 2007 às 10:10

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As prefeituras dos municípios da Região da Serra Geral, em Minas, querem estimular o plantio de cerca de 13 mil hectares de algodão transgênico em lavouras de agricultura familiar. O objetivo é inserir esses produtores no quadro de fornecedores de pluma para a indústria têxtil do Estado e ainda possibilitar o fornecimento de caroço de algodão à usina de biodiesel da Petrobrás, que está sendo instalada em Montes Claros.

Esse projeto foi anunciado durante o 1º Dia de Campo do Algodão do Norte de Minas, realizado em 12 de abril, na Unidade Técnica Demonstrativa (UTD) de Catuti. O evento foi organizado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (por intermédio do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) e Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa).

O plano consiste em providenciar crédito e assistência técnica para beneficiar os plantadores de algodão dos seguintes municípios: Matias Cardoso, Gameleira, Mamona, Espinosa, Monte Azul, Catuti, Mato Verde, Pai Pedro, Serranópolis de Minas, Porteirinha, Riacho dos Machados, Janaúba, Nova Porteirinha, Verdelândia, Jaíba e Manga.

De acordo com o coordenador do Proalminas, Lindomar Antônio Lopes, um levantamento do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Integrado da Serra Geral de Minas, composto pelas 16 prefeituras, mostrou que a criação e o desenvolvimento do projeto dependerão de créditos da ordem de R$ 32 milhões. Acrescentou que os prefeitos manifestaram o interesse em implantar as lavouras de acordo com as experiências de cultivo do algodão transgênico em lavouras não irrigadas desenvolvidas nas UTDs. No Norte de Minas há unidades técnicas demonstrativas em Catuti, Pai Pedro, Monte Azul e Mato Verde, criadas e mantidas em parceria pelo Proalminas e a Amipa.

Dia de campo

Segundo Lindomar Antônio Lopes, o Dia de Campo em Catuti reuniu cerca de 800 pessoas, entre produtores de algodão, autoridades regionais e estaduais, técnicos da Secretaria e de suas vinculadas Emater-MG e Epamig, além de representantes da Petrobrás. “Foi demonstrada a viabilidade técnica e financeira de uma possível retomada do cultivo do algodão em grande escala no Norte de Minas, inclusive para os pequenos e médios produtores”, informou. O coordenador acrescentou que “o trabalho das UTDs quebrou o tabu de que a cultura do algodão só pode ser rentável para os grandes produtores, atualmente responsáveis por mais de 90% da produção mineira e concentrados no Triângulo Mineiro, Noroeste e Alto Paranaíba”.

O coordenador disse que a utilização do algodão transgênico nas lavouras de sequeiro nas UTDs do Norte de Minas apresentou resultados excelentes. “Houve uma grande redução da incidência de pragas, o que possibilitou a queda do custo de produção e agressão ao meio ambiente, pois o uso de inseticidas nas plantas caiu muito.” O algodão mostrado no dia de campo já foi aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A apresentação dos resultados desse algodão cultivado por agricultores familiares foi a principal razão do dia de campo. Além disso, ele avalia como positiva a participação dos representantes da Petrobrás, que confirmaram a possibilidade de absorção do caroço de algodão para a produção do biodiesel na usina da empresa que está sendo criada em Montes Claros.

Lindomar Lopes acredita que a inovação tecnológica fortalecerá a recuperação da cotonicultura na região e, para que os benefícios alcancem um grande número de produtores, o Proalminas estimula a organização desses agricultores. “Assim eles terão mais condições de buscar crédito, comprar insumos em conjunto, adotar novas tecnologias e comercializar os produtos com melhor retorno”, finalizou.

A indústria têxtil de Minas Gerais consome cerca de 150 mil toneladas de pluma por ano. A possibilidade de exploração do óleo do caroço para fabricação do biodiesel é um novo estímulo aos produtores, pois, além da usina projetada para Montes Claros e outras que serão criadas, já estão em funcionamento unidades nas cidades de Cássia e Varginha (Sul), Araxá (Alto Paranaíba) e Iguatama (Centro-Oeste).





Fonte: Clube do Fazendeiro

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