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Educação/Vestibular
Segunda - 23 de Abril de 2007 às 05:55

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BOSTON, EUA - Decorar uma série de fatos é uma coisa, entender o contexto geral, outra bem diferente. Um novo estudo sugere que a chamada memória relacional - a capacidade de construir um contexto lógico a partir de inferências tiradas de pedaços desconexos de informação - depende de fazer uma pausa nos estudos e, mais ainda, de uma boa noite de sono.

O trabalho, realizado por pesquisadores do Centro Médico Beth Israel Deaconess e do Brigham and Women´s Hospital, aparece online uma edição antecipada da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

"A memória relacional é meio como resolver um quebra-cabeças", diz o principal autor do trabalho, Matthew Walker. "Não basta ter todas as peças, é preciso entender como elas se encaixam".

Outro autor, Jeffrey Ellenbogen, explica que "as pessoas geralmente acham que sabem o que sabem porque aprenderam diretamente. De fato, isso é apenas parcialmente verdadeiro. Nós aprendemos pedaços de informação, e então os aplicamos de modos novos e flexíveis".

Por exemplo, se uma pessoa sabe que A é maior que B e B é maior que C, então ela sabe duas coisas. Mas, dentro dessas duas informações, há uma terceira - que A é maior que C - que pode ser deduzida por um processo chamado inferência transitiva, o tipo de memória relacional que o estudo analisou.

Os pesquisadores testaram 56 estudantes universitários, apresentando-lhes cinco pares de desenhos abstratos. Os estudantes foram informados de que alguns desenhos eram "mais certos" que outros - por exemplo, a forma A ganha da B, B ganha de C, e assim por diante. Todos os estudantes aprenderam a relação de dominância dentro de pares individuais, mas não foram informados de que existia uma "hierarquia secreta" ligando as dez formas.

Depois de 30 minutos de estudo, os voluntários foram separados em três grupos, e testados na capacidade de deduzir a hierarquia geral. O Grupo 1 foi testado após 20 minutos; o Grupo 2, após 12 horas e o Grupo 3, após 24 horas. Metade dos estudantes do Grupo 2 dormiu antes do teste. Já no Grupo 3, todos dormiram.

Os testes mostraram grandes diferenças entre os grupos, principalmente entre os que puderam dormir antes da prova e os que não. "O Grupo 1... saiu-se pior", diz Walker. Grupos 2 e 3 mostraram uma compreensão clara da relação entre as formas e, o que Walker considera mais notável, os estudantes que puderam dormir se saíram muito melhor no caso de determinar a ordem de casos especialmente difíceis.




Fonte: Agência Estado

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