'Candidato do governo lidera eleições na Nigéria'
Atiku Abubakar, um dos principais candidatos da oposição e vice-presidente, pediu a anulação das eleições. Abubakar venceu no estado de Lagos.
O candidato da oposição afirmou que a eleição foi uma das piores da história da Nigéria e que o governo não tem alternativa a não ser realizar nova votação.
Observadores da União Européia informaram que ocorreram abusos e violência. Mas a missão do Commonwealth (Comunidade Britânica que reúne a Grã-Bretanha, suas ex-colônias e países convidados) afirmou que a situação melhorou em comparação com as eleições estaduais ocorridas na semana passada.
No final do dia de votação, sábado, o presidente da comissão eleitoral, Maurice Iwu, afirmou que as eleições foram um "sucesso".
"Tivemos algumas questões aqui e ali. Acreditamos que, com o tempo, as pessoas vão perceber que mesmo que tenha ocorrido um grande problema em alguns lugares, isto não afetaria o resultado da eleição", disse.
Anulação
O principal grupo de observadores eleitorais da Nigéria, Transition Monitoring Group, disse neste domingo que pedirá a anulação das eleições presidenciais e parlamentares que começou no sábado, marcadas por atrasos e violência.
Em entrevista à agência Reuters, o presidente da organização, Innocent Chukwuma, disse:
"Pediremos a realização de novas eleições. Não se pode usar o resultado de apenas metade do país para anunciar um novo presidente."
"Em muitas partes do país, as eleições não começaram a tempo, ou nem sequer começaram."
As críticas reforçam as do chefe da missão européia, Max van den Berg, que um dia antes atacou a falta de numeração em muitas cédulas eleitorais.
"Se um grupo de cédulas não vem dentro de um grupo de centenas, como é possível identificá-las? Não me parece bem", ele questionou, indicando que pode ter havido fraude maciça nas eleições.
No processo eleitoral, histórico porque é a primeira vez que um presidente eleito passa o poder a outro na Nigéria, mais de 61 milhões de pessoas estavam habilitadas a votar.
Violência
Pelo menos 11 pessoas morreram ao longo do sábado, incluindo sete policiais que escoltavam autoridades e material eleitoral no estado de Nassarawa, no centro do país.
Outras quatro pessoas foram mortas quando a polícia abriu fogo contra uma multidão no estado de Katsina, base eleitoral do candidato da situação, Umaru Ya'Adua, e de um de seus principais adversários, Muhammadu Buhari.
Infra-estrutura precária dificulta distribuição de cédulas eleitorais
Entre os mortos neste incidente estava uma criança.
Segundo o correspondente da BBC em Abuja, David Bamford, a tensão atingiu seu ápice em áreas do país onde o apoio à oposição é maior, e naquelas em que não houve cédulas para todos os eleitores.
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