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Economia
Domingo - 22 de Abril de 2007 às 11:18

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G1 - Segundo estimativas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o álcool deverá responder por 60% do mercado brasileiro de combustíveis dentro de seis anos. Atualmente a cota é de 43%. A informação foi divulgada hoje pela Unica, que afirmou também que a prioridade do setor no curto e médio prazos será o atendimento da demanda interna.

"Com o surgimento do carro flexível, surgiu uma fantástica oportunidade de acabarmos com o mercado da gasolina... seja para abastecer os carros flexíveis seja para a mistura da gasolina", disse o presidente da Unica, Eduardo Pereira da Carvalho, durante o 40º Fórum de Debates Projeto Brasil.

"Se as coisas continuarem mais ou menos como estão, nos próximos seis anos conquistaremos mais uns 20%, vamos para 60%, 60 e pouco do mercado de gasolina", disse.

Nesse rítmo, segundo Carvalho, em 2012, o mercado interno de álcool, que é de cerca de 13 bilhões de litros, passaria para 27 a 28 bilhões de litros. Segundo ele, as exportações do combustível deverão ganhar força, mas num período maior.

"Claro que temos interesse na derrubada da tarifa nos Estados Unidos, porque acreditamos que daqui a dez anos, quando estivermos abastecendo de forma mais plena (o Brasil), em algum momento do tempo será a exportação, mas isso não é essencial hoje", disse.

Carvalho ainda disse que, embora Brasil e EUA tenham feito acordos recentes para pesquisa no setor, as usinas brasileiras dificilmente poderão ser beneficiadas diretamente.

"Não acredito que ele (o presidente dos EUA, George W. Bush) vai me dar a chave da hidrólise, ele sabe que com a hidrólise, se eu já sou competitivo, eu vou ser dez vezes mais. Então fica uma conversa de surdo-mudo", declarou ele sobre o método que permitiria aproveitar não apenas a cana na produção do álcool, como também o bagaço e a palha.

"O acordo entre Brasil e EUA é uma bela festa entre Bush e Lula. Para mim, a festa seria interessante se ele dissesse que iria derrubar a tarifa (de importação, de US$ 0,54 por galão para o álcool)."

Energia e alimento

Durante sua palestra, o presidente da Unica criticou aqueles que, como o presidente de Cuba, Fidel Castro, têm feito ataques à agroenergia, argumentando que isso aumentaria o número de famintos no mundo ao elevar os preços dos alimentos.

"Estou espantado com o ressurgimento de Malthus após dois séculos, e Fidel não deixa de ser malthusiano", declarou ele, citando ainda o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que tem feito coro às opiniões de Fidel.

Segundo o dirigente, o "problema da agricultura é que não temos mercados para a capacidade de produção agrícola". "Se existe fome no mundo, não é por problema de produção", disse ele, criticando ainda o protecionismo agrícola dos países desenvolvidos, que, segundo ele, limita o crescimento da produção em países em desenvolvimento.

Carvalho lembrou que a chamada revolução verde, com os ganhos de produtividade, permitiu que o mundo urbano se beneficiasse da redução de preços dos grãos nas últimas décadas.

Para ele, se os preços do milho nos EUA subiram por conta do etanol, é porque ocorre um "equilíbrio momentâneo" entre oferta e demanda, com a criação de um novo mercado para o grão.





Fonte: G1

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