STF analisa se mantém presos os 25 da Furacão
A prisão preventiva é mais longa do que a temporária, que dura até cinco dias, e só pode ser decretada quando as provas são muito fortes. Nesse caso, se o pedido da procuradoria for deferido, os envolvidos poderão ficar detidos por mais 30 dias, prorrogáveis por tempo indeterminado.
A decisão final será do presidente do inquérito, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cezar Peluso.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina entregou, também nesta sexta-feira (20), um pedido de licença médica para se afastar por 28 dias do Tribunal. Nessa quinta-feira (19), o STJ pediu informações ao Supremo sobre o inquérito para decidir que providências irá tomar em relação ao ministro.
De acordo com o advogado do ministro, Antônio Carlos De Almeida Castro, Medina pediu para depor. "Não se pode imaginar um ministro do Tribunal ter contra ele aberto um processo sem que tenha sido sequer dada a ele a oportunidade de falar", argumentou Castro.
Paulo Medina foi citado no inquérito que investiga venda de decisões judiciais. Em agosto do ano passado, ele deu uma liminar liberando máquinas caça-níqueis. O irmão dele, Virgílio Medina, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, foi apontado como intermediário entre a quadrilha e o ministro. A negociação teria chegado a R$ 1 milhão.
Bloqueio
A movimentação financeira da quadrilha é alvo dos investigadores. Já foram identificadas três contas dos presos no exterior. Uma delas, de Virgílio Medina, no Uruguai. Para impedir que os acusados sacassem dinheiro, o STF autorizou o bloqueio de 40 contas de empresas e pessoas ligadas à organização.
O bloqueio impediu que o parente de um preso e o sócio de outro fizessem dois saques, que totalizavam R$ 4 milhões. Nesta sexta-feira (20), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pediu o bloqueio de outras contas da organização criminosa no Panamá, em Hong Kong e nos Estados Unidos.
E conseguiu, também, o bloqueio de mais quatro contas na Ilha da Madeira, um paraíso fiscal, com mais de US$ 1,1 milhão. As contas são de duas pessoas presas por lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Federal, elas teriam ligações com a quadrilha que comprava decisões judiciais.
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