Nova vacina Virossomal contra a gripe chega ao mercado
A vacina vem pronta para o uso e está atualizada com as 3 cepas principais (sub-tipos do vírus Influenza) em circulação no hemisfério sul identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que são as principais causadoras da gripe.
A nova vacina, que há anos vem sendo utilizada com sucesso na Europa, é produzida através de tecnologia que emprega os virossomas, vesículas esféricas que contêm proteínas virais impregnadas em sua superfície. Com isso, os virossomas, levando os antígenos específicos da vacina, ao serem injetados no organismo, são reconhecidos e levam ao desencadeamento do processo de produção de anti-corpos, e conseqüentemente à imunização. Cumprido seu objetivo, os virossomas se desfazem completamente entre as células.
Como o vírus Influenza é mutante, as cepas a serem utilizadas no Brasil estão atualizadas de acordo com os três subtipos circulantes no hemisfério sul: A/New Caledonia/20/99, A/Califórnia/67/2005 e B/Malasya/2506/2004. Esses subtipos do vírus foram identificados pela rede de vigilância epidemiológica ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), que, no Brasil, inclui os Laboratórios Adolpho Lutz (São Paulo), Fiocruz (Rio de Janeiro) e Evandro Chagas (Belém).
Para o diretor médico do Cristália, Dr. Jorge Afiune, a utilização de tecnologia virossomal na produção dessa vacina permite que se chegue a um resultado de forma mais natural. “Como o produto não contém conservantes, adjuvantes ou mesmo o material genético do vírus, ele leva ao desencadeamento de uma melhor resposta de anticorpos e com muito menos efeitos colaterais. Além disso, há estudos que mostram que esta vacina é mais imunogênica que as que já estão no mercado, sobretudo para idosos, o que significa que ela faz com que o organismo crie mais anticorpos”, explica o médico.
Esta vacina, que têm como principal característica a total ausência de RNA-Viral, não pode causar a gripe.
A vacina virossomal contra gripe é uma suspensão injetável, apresentada em cartuchos com uma seringa, pré-enchida com 0,5 ml, para uso pediátrico e adulto. Vem pronta para o uso e é administrada por via intramuscular ou subcutânea profunda. A imunização ocorre em 2 ou 3 semanas após a vacinação e sua duração é de 6 a 12 meses.
Esta vacina é contra indicada para a faixa etária de 0 a 6 meses, e para pacientes que apresentem histórico de alergia aos componentes da vacina (ovo). A vacinação deve ser adiada em pacientes com infecção ativa ou doença febril séria. “O uso do medicamento é uma decisão que deverá ser tomada pelo paciente e pelo seu médico, que deve ser informado sobre as condições do paciente e também sobre o uso que estiver fazendo de medicamentos, sejam de prescrição ou não”, afirma Afiune.
A vacinação, além das pessoas com idade superior a 60 anos, deve também ser estendida às crianças maiores de dois anos e, especialmente, aos portadores de doenças cardiovasculares, doenças metabólicas (diabetes mellitus), doenças respiratórias crônicas, fibrose cística e disfunção renal, e a todos aqueles com alto risco de contrair gripe devido ao seu contato diário com um grande número de pessoas, como trabalhadores, estudantes e profissionais da saúde.
Prevenir a gripe também traz muitos benefícios para a economia, pois evita o afastamento das pessoas de seu trabalho e, principalmente, as internações, geralmente por pneumonia, principal complicação da doença. No Brasil, anualmente, cerca de 18 milhões de pessoas são infectadas com o vírus.
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