Obra levanta razões da morte de ex-governador
Intitulado a Morte de Totó Paes - Política do Interior do Brasil -, o livro levanta os motivos que levaram à morte Antonio Paes de Barros, o Totó Paes. Ele morreu em 1906, em pleno exercício do cargo de governador de Mato Grosso.
Segundo Menezes, não há bandidos ou heróis no palco de disputas em que se transformou Mato Grosso naquele período. "Talvez o mais trepidante e instigante momento político que o Estado já passou. O livro mostra o que estava por trás disso tudo".
Totó Paes possuía a usina de açúcar Itaicy, com grande estrutura à época. Sua morte é até hoje motivos de acesos debates, destaca o autor. O livro procura entender por que se chegou àquele desfecho. Menezes busca os fatos políticos nos quais o Estado estava envolvido desde a proclamação na República em 1889 até a morte do governador.
"Não dá para separar aquele acontecimento das várias disputas políticas que viveu o Etado". Os grupos e partidos políticos procuram preencher espaços surgidos com o novo regime no país. E nessa tentativa, Mato Grosso passou por três “revoluções”: uma em 1892, outra em 1899 e a última, em que resultou na morte4 do governador Totó Paes.
O autor observa que fatos ocorridos nos governos dos presidentes Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Campos Sales e Rodrigues Alves ajudam a empurrar a política em Mato Grosso em direções diferentes. Segundo a obra, o que acontecia no Estado não eram fatos isolados, pois estava conectado com os acontecimentos nacionais e internacionais.
Menezes discorre sobre o Tratado de Petrópolis de 1903, com a cessão do Acre ao Brasil pela Bolívia. Afirma que trata-se de um dos fatores que ajudaram a botar fogo nas relações políticas do Estado. Impressiona também como a força militar federal sediada em MT interferia nos assuntos políticos locais. Chama atenção ainda a estreita ligação do Estado com os países da Bacia do Prata. A hidrovia Paraguai-Paraná unia os diferentes interesses.
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