Dia das Mães terá presente barato, aponta estudo
"Isso deve acontecer porque muitos consumidores estão em financiamentos caros, como os de automóveis, que acabam enxugando as possibilidades. Como a sobra (de renda) será menor, a opção será os produtos baratos", disse o professor Claudio Felisoni de Angelo, um dos organizadores do estudo.
De acordo com a sondagem Expectativas de Consumo, divulgada nesta quinta-feira, a estimativa da parcela de renda que sobrará no bolso do paulistano depois de pagar outros compromissos entre abril e junho caiu para 11,7%, ante 20,6% no mesmo período de 2006. Entre janeiro e março de 2007, o número foi de 16,9%.
Segundo a pesquisa, os móveis atraem 10,8% dos interessados em fazer compras no trimestre. Em seguida, aparecem os produtos de informática, com 10%.
Apesar das perspectivas de desaceleração do crescimento das vendas de celulares, os consumidores enxergam os telefones móveis como terceira principal opção nas intenções de compra, com 9%.
"O Dia das Mães vai ajudar um pouco a ampliar esse mercado (celular) que ainda não se transformou definitivamente em um mercado de substituição de aparelhos", afirmou o professor.
Especialistas do setor de telecomunicações afirmam que as operadores atualmente têm mais interesse em ampliar a receita por usuário e as margens do que em elevar a base de assinantes rapidamente.
Na terça-feira, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou que a base de celulares no país chegou a 102,13 milhões de unidades em março, com um avanço de quase 1 milhão de aparelhos em relação ao mês anterior. Em 12 meses, o crescimento de usuários de telefonia móvel foi de 14,3%.
A sondagem da FIA pesquisou os setores de linha branca (máquinas de lavar, secar, geladeira), eletroeletrônicos, móveis, material de construção, automóveis, telefonia e celulares, informática, foto e ótica (máquina fotográfica, filmes, óculos), cama mesa e banho e autopeças.
Móveis
O destaque para os móveis é um sinal de que as pessoas já reformaram suas casas ou adquiriram novas moradias, declarou o professor da USP.
No trimestre anterior, os gastos com material de construção ocupavam o terceiro lugar na lista de intenção de compra, com seis por cento. Na atual sondagem, eles recuaram a 4,4%.
A perspectiva de o cenário da pesquisa se concretizar pode ser medida pelo índice de consumidores que não pretendem fazer compras neste trimestre.
No começo do ano, em meio às liquidações depois do Natal, o número era de 54,8% e agora, perto do Dia das Mães, ele é de 45,2%. No segundo trimestre do ano passado, o nível era de 30,8%.
A pesquisa entrevistou 500 consumidores na cidade de São Paulo e o levantamento tem margem de erro de 5%.
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