"criminalidade é o assunto que mais aterroriza a sociedade brasileira", diz Renan Calheiros
“A pesquisa é um reflexo dessa ansiedade social por providências para enfrentar esse angustiante problema. 69% da população quer o aumento da pena máxima hoje fixada em 30 anos e quase a unanimidade dos pesquisados (93%) não quer nem ouvir falar em benesses para quem pratica crime hediondo. Na opinião de 75%, a prisão perpétua passou a ser considerada pena conveniente no combate ao crime”, disse o presidente do Senado.
Com base nos dados da pesquisa, Renan afirmou que, para 93% dos brasileiros, o investimento em segurança pública deve ser obrigatório, como já acontece com os investimentos em saúde e educação. O presidente do Senado lembrou que, desde que exerceu o cargo de ministro da Justiça, defende a vinculação de recursos orçamentários para uso no combate à criminalidade.
O senador revelou, ainda, dados segundo os quais 87% dos entrevistados nessa pesquisa entendem que os menores infratores devem receber a mesma punição conferida aos adultos, o que, na sua avaliação, revela uma preocupação maior com a gravidade do delito do que com a idade do delinqüente. Renan voltou a dizer que, em sua opinião, a maioridade penal é apenas uma parte do problema que precisa ser mais amplamente discutido.
Renan disse também que uma das teses que ganham espaço na sociedade é a que prevê a aplicação de penas diferenciadas em cada unidade da Federação, como defende o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Citou que 62% dos entrevistados entenderam que cada unidade da Federação deve ter autonomia para punir infratores com leis próprias.
Após a apresentação dos resultados da pesquisa na CCJ, o senador Romeu Tuma (DEM-SP) afirmou que mais importante que reconhecer a capacidade criminosa de um menor é pensar naqueles que ainda não foram contaminados com a delinqüência e que precisam de assistência social eficiente para não voltar a incorrer no crime.
“Nós temos que fazer presídios especiais para menores, dando-lhes oportunidade de uma escola, para poderem voltar ao seio da sociedade” recomendou Tuma.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) considerou um erro não se fortalecer o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) e não se aplicarem eficientes medidas socioeducativas para tirar os menores da delinqüência. O vice-presidente da CCJ, senador Valter Pereira (PMDB-MS), aproveitou para elogiar a pesquisa do DataSenado como mais uma ferramenta posta em disponibilidade para aperfeiçoar o trabalho legislativo.
“Uma pesquisa idônea, que indica o caminho que o Senado deve seguir nessa matéria” disse Valter Pereira.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que, antes de medidas de repressão, a violência deve ser atacada com medidas capazes de combater a desigualdade no país.
“Onde existe extraordinária desigualdade, o grau de violência aumenta extraordinariamente” explicou Suplicy.
Vários senadores elogiaram o trabalho do DataSenado e os esforços conduzidos pelo presidente da CCJ, senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), na elaboração desse pacote antiviolência.
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