Acidentes em carros pequenos matam quatro vezes mais
Motoristas atingidos por carros grandes têm duas vezes mais chances de morrer do que se o outro carro for menor.
A pesquisa foi realizada pelo Laboratório de Pesquisa de Transportes (TRL, na sigla em inglês) para o Departamento de Transportes da Grã-Bretanha.
Segundo o estudo, motoristas têm 46% mais chances de morrer em um acidente se o outro carro for registrado entre 2000 e 2003 do que se forem atingidos por um veículo mais antigo, fabricado entre 1988 e 1991.
Maiores e mais pesados
Os carros modernos têm mais acessórios para segurança, como múltiplos airbags, proteção para colisões laterais e carrocerias mais fortes. O problema é que esses extras tornam os carros atuais cerca de 20% mais pesados do que os veículos fabricados há dez anos.
Os fabricantes também aumentaram o tamanho dos veículos para atender a demanda por carros maiores e mais possantes.
O Golf moderno da Volkswagen, por exemplo, é meia tonelada mais pesado do que o modelo original de 1976, além de ser 60 centímetros mais longo e 12 centímetros mais alto.
Isso significa que, no caso de uma colisão lateral, há mais chances de que a estrutura de um veículo moderno esteja localizada acima da estrutura de um carro menor. Sem a proteção da parte mais forte da estrutura, o motorista do veículo menor tem mais chances de morrer no acidente.
Testes
"As melhoras vieram a um custo: um carro mais moderno tende a ser mais agressivo do que um carro mais velho no caso de uma colisão", disse o estudo.
Segundo o TRL, o fato de que os carros mais modernos são mais seguros para seus próprios ocupantes e mais perigosos para os outros ajuda a explicar porque as mortes no trânsito não caíram significativamente nos últimos anos.
Em 1998, 1.696 ocupantes de veículos morreram em acidentes na Grã-Bretanha, comparado com 1.675 em 2005, uma redução de apenas 1.2%.
Os carros modernos costumam ter resultados melhores em testes de colisão do que em 1998. Mas esses testes medem apenas o quanto o veículo protege seus ocupantes e pedestres, mas não a destruição que causa em outros veículos.
Grupos de segurança no trânsito pediram para que a indústria automobilística realize testes extras para medir o risco que um carro apresenta para ocupantes de outros veículos.
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