Quarta-feira sangrenta em Bagdá deixa 169 mortos em diversos ataques
O ataque mais mortífero aconteceu no mercado de Al Sadriya, setor de maioria xiita na margem oriental do rio Tigre, onde entre as vítimas estão muitas mulheres e crianças, segundo balanço do ministério do Interior.
Além disso, outras 137 pessoas ficaram feridas. O departamento de Defesa fala de 115 mortos, mas, em todo caso, se trata de um dos atentados mais sangrentos do ano em Bagdá.
Este mesmo mercado já havia sido alvo de um atentado com caminhão-bomba em fevereiro, causando 130 mortos e 305 feridos.
Os mercados são um alvo recorrente dos terroristas e os extremistas sunitas são os principais suspeitos dessa violência sectária contra os xiitas, maioria no governo e nas forças de segurança do país.
O porta-voz militar americano, o general William Caldwell, declarou nesta quarta-feira que as tropas construíram muros para tentar proteger esses lugares, mas que continuam vulneráveis a carros-bomba.
Em Sadr City, o grande bairro pobre xiita na capital, outro carro-bomba contra um posto de controle do exército deixou 28 mortos e 44 feridos, segundo os serviços de segurança.
Um terceiro carro-bomba explodiu no bairro de Karrada, no centro da cidade, e causou dez mortes. Também no centro, três pessoas morreram na explosão de um artefato colocado num carro estacionado.
E no sudeste, quatro policiais morreram quando um camicase explodiu seu carro na passagem de uma patrulha. Seis civis ficaram feridos.
Estes atentados sacudiram a capital iraquiana apesar do plano de segurança "Impor a lei" lançado em 14 de fevereiro passado, e que prevê a mobilização na capital de 90.000 soldados americanos até a metade do ano.
O secretário americano de Defesa, Robert Gates, que se encontrava de visita ao Cairo durante os atentados, previu "um impacto negativo sobre a segurança e a prosperidade em cada um dos países do Oriente Médio se houver um desmoronamento no Iraque".
A violência desta quarta ofuscou a notícia de que as forças britânicas transferiram o controle da província de Missan (sul) às autoridades iraquianas, que, desta maneira, assumem a segurança da quarta das 18 províncias do país.
"Hoje, o governador da província de Missan e as forças de segurança iraquianas assumem a responsabilidade da segurança da população", declarou o general Jonathan Shaw, comandante das forças britânicas no Iraque durante uma cerimônia em Amara, a capital da província.
"As forças multinacionais vão continuar formando e treinando as forças de segurança iraquianas e patrulhando as fronteiras de Missan sem interferir no trabalho do Conselho provincial", acrescentou.
Missan é a quarta das 18 províncias do país cujo controle é transferido às forças iraquianas, a terceira transferida pelas tropas britânicas.
Em agosto, os britânicos já haviam entregue o controle de Amara, mas conservaram outras zonas da província.
O primeiro-ministro britânico Tony Blair anunciou em fevereiro que o número de soldados britânicos no Iraque seria reduzido para 5.000 antes do fim do ano, contra os atuais 7.200.
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