Guerra do tráfico espalha pânico e mata 25 no Rio
No final da noite de terça (17), três tiroteios entre criminosos e policiais militares deixaram um saldo de quatro mortos, além de três feridos, no Rio e nas cidades de Belford Roxo e Nova Iguaçu, na Baixada.
Um homem morreu e outros três ficaram feridos num tiroteio com PMs do 9º Batalhão (Rocha Miranda), na entrada do morro do Chapadão, no Bairro do Costa Barros, Zona Norte do Rio. Os feridos foram encaminhados ao pronto-socorro do Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, subúrbio do Rio.
Noite violenta
No final da noite de terça (17), ocupantes de um Toyota Corolla preto, equipado com uma sirene e que havia sido roubado em Copacabana, Zona Sul do Rio, foram perseguidos por policiais a partir da Praça Afonso Pena, na Tijuca, Zona Norte. Os suspeitos se refugiaram no morro do Salgueiro, também na Tijuca.
A polícia acredita que alguns suspeitos se feriram, pois houve tiroteio e o carro ficou com muitas perfurações. Nenhum deles havia sido encontrado até às 3h desta quarta-feira (18).
O investigador Jorge Barbosa, de 48 anos, que trabalhava na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), foi morto com tiros no peito, pescoço e barriga, minutos após deixar a delegacia. Supostamente, teria reagido a um assalto na esquina da Rua Ricardo Machado com a Rua Prefeito Olímpio de Melo, no Bairro do Benfica, próximo à favela da Barreira do Vasco. Segundo testemunhas, quatro homens cercaram o policial. Após balearem Barbosa, o quarteto levou o GM Astra vermelho do inspetor, que morreu a caminho do hospital.
Um homem suspeito de ter envolvimento com o tráfico de drogas morreu ao trocar tiros com PMs do Grupo de Ações Táticas (GAT) na Estrada de Belford Roxo, Jardim Silvânia, em Belford Roxo, Baixada Fluminense.
Os PMs foram até o local após serem informados que um grupo vendia drogas na região. Ao chegar, os policiais foram recebidos a tiros. O suspeito foi atingido e morreu quando era atendido no Hospital Municipal Central. Os demais fugiram e abandonaram quatro rádios do tipo HT, três revólveres, 175 papelotes de cocaína e 66 embrulhos pequenos de maconha.
Ainda na noite de terça (17), outro homem suspeito de ser traficante foi morto ao se envolver em um suposto tiroteio com PMs do 20º Batalhão (Mesquita), no Bairro da Aliança, em Nova Iguaçu, também na Baixada Fluminense. Segundo a PM, pequenas porções de drogas foram apreendidas.
Durante uma tentativa de assalto no Centro do Rio, um aposentado foi morto na tarde desta terça-feira (17). Segundo a polícia, ele teria reagido a um assalto quando saiu de uma agência bancária. Um policial civil que passava no local atirou em direção aos criminosos. Um deles foi atingido e morreu, o outro foi preso.
Dia Sangrento
"Nenhum morto é inocente”, resumiu o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Coelho Neto, depois que foi resgatado o décimo-terceiro corpo num dia sangrento no Morro da Mineira, no Catumbi, na zona central do Rio. Desde a madrugada, traficantes de duas facções trocaram tiros pela disputa dos pontos de venda na favela.
Do outro lado da cidade, também de madrugada, seis homens acusados de tráfico morreram numa favela em Bangu, na Zona Oeste. E, numa tentativa de assalto na Rua México, no centro da cidade, houve outras duas vítimas fatais - a vítima e um suposto assaltante - totalizando 21 mortos na terça-feira violenta.
A PM chegou a informar, no fim da tarde, que 14 pessoas tinham morrido na troca de tiros no Catumbi, mas a conta, até as 19h, era de 13 mortos, todos com suspeita de ligação com o tráfico de drogas. O balanço parcial da violência, segundo a PM: quatro mortos em confronto com policiais; nove mortos da guerra de quadrilha, 12 presos, sendo sete menores, e 12 pessoas feridas - seis supostamente traficantes.
O delegado-titular da 6ª DP, Felipe Ettore, afirmou, porém, que o número de mortos no confronto no Morro da Mineira, no Catumbi, um dos bairros do Centro do Rio, chegou a 14. Ettore falou rapidamente com o G1 à noite quando deixava a delegacia e não entrou em detalhes sobre o tiroteio, limitando-se a dizer que divulgará nota oficial sobre o confronto. A assessoria da polícia civil confirma 14 mortos, mas diz que a nota deve ser divulgada somente na quarta-feira (18).
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