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Saúde
Terça - 17 de Abril de 2007 às 14:11

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Cerca de 2,2 milhões de pessoas infectadas com o vírus HIV receberam em 2006 tratamento anti-retroviral em países de baixo desenvolvimento, um aumento de 54% em relação ao ano anterior, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de agências da ONU.

No documento apresentado hoje em Londres, a OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Conjunto da ONU sobre aids (Unaids) divulgaram os números relativos ao acesso aos tratamentos do HIV e a resposta do setor sanitário à aids.

Segundo o texto, houve progressos, mas ainda há muito trabalho pela frente para conseguir o acesso universal aos programas de prevenção e tratamento do HIV até 2010, como acordaram os Estados-membros da ONU no ano passado.

Intitulado "Rumo ao acesso universal: Expansão das intervenções prioritárias contra o HIV/aids no setor da saúde", o relatório afirma que apenas 11% das mulheres grávidas infectadas com o HIV estão recebendo tratamento anti-retroviral para evitar a transmissão de mãe para o filho.

Mas o relatório ressalta que países de todas as regiões do mundo estão obtendo progressos no acesso aos tratamentos. Na África Subsaariana, a estimativa é de que hoje existam mais de 1,3 milhão de pessoas submetidas ao tratamento anti-retroviral, representando 28% dos infectados.

Na América Latina e no Caribe, o número de pessoas que recebem tratamento aumentou gradualmente, chegando a 355 mil, contra 210 mil em 2003. No leste, sul e sudeste da Ásia, 280 mil pessoas estão hoje sob tratamento, cerca de quatro vezes mais que os 70 mil de 2003.

Houve progressos substanciais no Leste Europeu e na Ásia Central, onde atualmente 35 mil pessoas recebem tratamento, contra as 15 mil de 2003, acrescenta o texto. A África do Norte e o Oriente Médio são as regiões com menor cobertura estimada, com apenas 5 mil pessoas tratadas das 77 mil que se calcula que necessitem de tratamento no final de 2006.

O relatório acrescenta que, dos 2,3 milhões de menores de 14 anos atingidos - quase 90% na África Subsaariana -, se estima que cerca de 780 mil necessitavam de tratamento anti-retroviral, mas se calcula que apenas 115.500 crianças tenham tido acesso ao tratamento em 2006.

O diretor do Departamento de HIV/aids da OMS, Kevin De Cock, disse que "as prioridades urgentes estão melhorando o acesso ao tratamento do HIV para as crianças, especialmente no Sul da África, como também para os usuários de drogas injetáveis em todas partes" do mundo.

Apesar das várias declarações de compromisso político, da disponibilidade de um conjunto bem definido de intervenções e dos conhecimentos necessários para aplicá-las, a grande maioria das grávidas que necessitam de serviços de prevenção da transmissão mãe-filho não se estão beneficiando, acrescenta o texto.

Em 2005, apenas cerca de 220 mil das mais de dois milhões de grávidas que se calculam estarem infectadas pelo HIV receberam profilaxias anti-retroviral como prevenção, o que representa uma taxa de cobertura de 11%. Mais de 85% das grávidas infectadas pelo HIV vivem na África Subsaariana.

O relatório afirma que para conseguir o acesso universal em 2010, seria necessário um aumento elevado do número de pessoas que iniciam o tratamento a cada ano, enquanto deve se dar maior prioridade à promoção, acompanhamento e avaliação da igualdade no acesso aos serviços. Os avanços na prevenção, no diagnóstico e tratamento da doença na população infantil ainda são muito pequenos.

O relatório também indica que o setor da saúde deve intensificar seus esforços para melhorar o acesso aos serviços de prevenção para as populações de maior risco e aos soropositivos.





Fonte: EFE

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