Escuta da PF liga jurados a escolas de samba
A Polícia Federal suspeita de fraude no resultado dos desfiles deste ano, que deu o título à Beija-Flor. "Há indícios de que o resultado foi manipulado pelo seu Anísio", disse o delegado da PF, Emanuel Henrique Oliveira. O patrono da Azul-e-Branca, Aniz Abrahão David, o Anísio, e o presidente da Liga, Aílton Jorge Guimarães, o Capitão Guimarães, estão entre os 25 presos na Operação Furacão, da PF, sexta-feira.
Advogado de Anísio, Ubiratan Guedes disse que seu cliente depôs sábado por 22 minutos. Ele respondeu a 15 perguntas e negou envolvimento com bingos e caça-níqueis. Ontem, ao saber da acusação de fraude no Carnaval, Anísio afirmou que quer depor sobre o assunto. "Quem assistiu ao desfile sabe que isso é uma maldade contra mim e contra a comunidade de Nilópolis, uma grande mentira", reclamou Anísio, de acordo com seu advogado.
Segundo Guedes, Anísio diz que já teria declarado à Receita Federal US$ 40 mil dos US$ 47 mil encontrados em sua cobertura, na avenida Atlântica, em Copacabana. O restante seria declarado, de acordo com ele, no Imposto de Renda deste ano. "Não é crime guardar dinheiro em casa", defende o advogado.
A Liga estava em recesso desde 2 de abril e volta à ativa no dia 24. Não se sabe se a eleição, marcada para 16 de maio e na qual Guimarães deveria ser reeleito, será adiada. "Não temos conhecimento de indícios de fraude na avaliação dos jurados. Não contestamos a Polícia Federal e vamos esperar o processo terminar", disse o vice-presidente da Liga, Jorge Castanheira.
Ele afirma que erros nas notas são corrigidos com mudanças de julgadores. Este ano, a Liga trocou 14. Ao ser anunciada a campeã deste ano, Guimarães afirmou: "Se eu tivesse que escolher um resultado, talvez não escolhesse um tão justo".
Na cadeia, em Brasília, Anísio estaria cuidando da saúde de Antônio Petrus Kallil, o Turcão, 82 anos. Os dois dividem a mesma cela na carceragem da PF. Ontem, a frota de camihões apreendidos sexta-feira chegou a Brasília.
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