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Segunda - 16 de Abril de 2007 às 08:24

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fará nos dias 16 e 17 de abril, um período de mobilizações em todo o país.

Em Mato Grosso, um estado atrelado aos latifundiários e dominado pelas monoculturas e os impactos sociais e ambientais que elas provocam, não poderia ser diferente.

Dia 17 é um marco para o movimento, a data em que foram assassinados, no Pará, em Eldorado dos Carajás, 19 trabalhadores rurais. Em um embate desigual, ficaram ainda 69 mutilados e centenas de feridos.

Impunidade: 11 anos depois a justiça ainda não se fez. Entre os 144 incriminados, foram condenados depois de três conturbados julgamentos o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, que aguardam, soltos, a análise de recurso da sentença.

Como o país aceita este sangue sem uma resposta até hoje? Mais de uma décadade espera...

Ao lado do Massacre do Carandiru (1992) e da Chacina da Candelária (1993), o Massacre de Carajás é considerado como uma das ações policiais mais brutais da história recente do Brasil.

A data tornou-se referência. É o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária!

Neste dia 16, segunda-feira, às 9h30, acontecerá um ato e vigília em frente à Justiça Federal, lembrando o massacre e cobrando a punição efetiva dos responsáveis. Essa mesma cobrança será feita no país, não necessariamente no mesmo dia e horário. Termina meio-dia. Às 15h – saída em marcha do Incra até o correio do CPA, onde será postada a carta ao presidente Lula, dando sugestões para que, se ele tiver vontade política mesmo, possa fazer a verdadeira reforma agrária. Assinada pelo MST e outros movimentos sociais e personalidades da luta. Todos os Estados vão postar suas cartas.

Dia 17, terça-feira, às 9h, em frente ao Incra, ato político em defesa da Reforma Agrária e contra a impunidade. Em seguida, coletiva à imprensa sobre outras ações estratégicas que na ocasião serão divulgadas.

Perguntada sobre o que emperra a reforma agrária no país, Itelvina Masioli, da direção regional, responde que “vários elementos”, mas basicamente “o próprio Estado inoperante, este Incra que não funciona, e o problema real que é o judiciário”.

A crença de agora é a de que a união do campo e da cidade é que vai favorecer as vitórias de ambos, das bandeiras coletivas. “Temos que nos dar as mãos e nos articular para enfrentarmos os inimigos do momento”, propõe Itelvina.

A reforma agrária, lembra ela, interessa tanto ao campo quanto à cidade.





Fonte: Mato Grosso On-line

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