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Polícia Brasil
Domingo - 15 de Abril de 2007 às 23:59

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Quase 50 agentes da Polícia Federal (PF) vão analisar as duas toneladas de material apreendidas na Operação Hurricane, deflagrada na última sexta-feira (13) contra um esquema de exploração de jogos ilegais, corrupção, lavagem de dinheiro e venda de decisões judiciais e informações privilegiadas favoráveis aos bicheiros e donos de casas de bingo e máquinas de caça-níqueis. Contraventores, magistrados e advogados envolvidos com o esquema estão encarcerados na Superintendência da PF em Brasília desde o início da manhã de sábado (14).

Chegaram a Brasília no jato EMB-145 às 13h30 deste domingo (15) 1.100kg de documentos, agendas, anotações, computadores e jóias. O restante, cerca de uma tonelada, virá em outro avião. O material chegou em 99 malotes, que foram transportados até o edifício-sede da PF em duas vans. Junto com as provas, desembarcaram 19 policiais que vão participar da análise do material apreendido.

A aeronave foi reabastecida no próprio hangar da PF para retornar ao Rio de Janeiro. A previsão é que o restante do material apreendido chegue ainda neste domingo (15) a Brasília. Outros 19 agentes serão, então, deslocados para a capital federal junto com a documentação. Todos esses policiais vão se juntar aos outros nove agentes que estavam responsáveis por tomar os depoimentos dos presos na Superintendência da Polícia Federal.

Depoimentos interrompidos

Os interrogatórios foram interrompidos neste domingo (15) para que os policiais possam analisar o material apreendido. A Polícia Federal quer analisar a farta documentação que desembarcou em Brasília à 13h30 neste domingo (15) para só então dar continuidade aos interrogatórios. São, no total, duas toneladas de documentos, anotações, agendas, computadores e jóias apreendidos.

Os 25 presos na Operação Hurricane começaram a prestar depoimento no sábado (14) na Superintendência da PF em Brasília. Foram ouvidas até o momento 17 pessoas. Outros oito presos devem falar na segunda-feira (16).

Os agentes esperam encontrar nos 1.100 quilos de documentos e computadores informações para confrontar os presos que se recusam a dar declarações. A maioria optou pelo silêncio, orientada por advogados que reclamam que não têm acesso aos autos do inquérito que corre em segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns envolvidos com jogos ilegais e corrupção já se dispuseram a dar declarações quando tiverem conhecimento do inquérito.

O esquema

O grupo preso na sexta-feira (13) na Operação Hurricane, deflagrada no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Distrito Federal, é acusado de vender decisões judiciais e informações privilegiadas favoráveis aos bicheiros e donos de casas de bingo e de máquinas caça-níqueis. São suspeitos também de corrupção e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal divulgou o balanço dos bens apreendidos. Segundo a PF, são R$ 10 milhões em dinheiro e R$ 5 milhões em cheques. Em moeda estrangeira, a PF localizou US$ 300 mil, 34 mil euros e 400 libras esterlinas, o equivalente a cerca de R$ 700 mil. A PF informou que o dinheiro, um total de R$ 20 milhões, está depositado na Caixa Econômica Federal (CEF).

Durante a operação, os agentes também apreenderam 51 veículos, sendo o mais caro um Mercedes-Benz estimado em R$ 550 mil reais. Segundo a PF, os veículos vão ser transportados do Rio de Janeiro para Brasília em cinco caminhões-cegonha que devem deixar a capital fluminense neste domingo (15).

Em um cofre na casa do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Ailton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães, foram apreendidos 27 relógios de luxo. O valor dos relógios não foi divulgado.





Fonte: G1

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