MST lembrará nesta segunda Massacre do Carajás e eviará carta a Lula
Dia 17 é um marco para o movimento, a data em que foram assassinados, no Pará, em Eldorado dos Carajás, 19 trabalhadores rurais. Em um embate desigual, ficaram ainda 69 mutilados e centenas de feridos. Impunidade: 11 anos depois a justiça ainda não se fez. Entre os 144 incriminados, foram condenados depois de três conturbados julgamentos o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, que aguardam, soltos, a análise de recurso da sentença.
Nesta segunda-feira, às 9h30, MST faz ato e vigília em frente à Justiça Federal, lembrando o massacre e cobrando a punição efetiva dos responsáveis. Essa mesma cobrança será feita no país, não necessariamente no mesmo dia e horário. Termina meio-dia. Às 15h - saída em marcha do Incra até o correio do CPA, onde será postada a carta ao presidente Lula, dando sugestões para que, se ele tiver vontade política mesmo, possa fazer a verdadeira reforma agrária. Assinada pelo MST e outros movimentos sociais e personalidades da luta. Todos os Estados vão postar suas cartas.
Dia 17, terça-feira, às 9h, em frente ao Incra, ato político em defesa da Reforma Agrária e contra a impunidade. Em seguida,coletiva para imprensa sobre outras ações estratégicas que na ocasião será divulgadas.
Perguntada sobre o que emperra a reforma agrária no país, Itelvina Masioli, da direção regional, responde que "vários elementos", mas basicamente "o próprio Estado inoperante, este Incra que não funciona, e o problema real que é o judiciário".
A crença de agora é a de que a união do campo e da cidade é que vai favorecer as vitórias de ambos, das bandeiras coletivas. "Temos que nos dar as mãos e nos articular para enfrentarmos os inimigos do momento", propõe Itelvina. A reforma agrária, lembra ela, interessa tanto ao campo quanto à cidade.
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