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Polícia Brasil
Sábado - 14 de Abril de 2007 às 15:29

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Os 25 presos na Operação Hurricane vão prestar depoimento em Brasília na tarde deste sábado (14). Os 23 homens que foram presos na sexta-feira (13), no Rio, se juntaram no início da manhã aos dois que foram presos na Bahia. Eles foram algemados do hangar da Polícia Federal para a Superintendência da PF em Brasília, onde foram distribuídos em sete celas. A PF fez buscas e apreensões nas casas dos suspeitos. Segundo o “Jornal Hoje”, fontes da PF revelam que o valor passa de R$ 10 milhões.

Entre os presos estão os contraventores Aniz Abraão Davi, presidente de honra da escola de samba Beija-Flor; Antônio Petrus Kalil, o Turcão, e Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio.

Também foi preso um juiz e dois desembargadores: um deles, José Eduardo Carreira Alvim, que até quinta-feira era vice-presidente do Tribunal Regional Federal no Rio, liberou no ano passado, novecentos caça-níqueis apreendidos pela polícia na região metropolitana do Rio.

As prisões foram decretadas pelo ministro César Peluso, relator do caso, que corre em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal. O inquérito foi parar no STF porque um dos ministros, o desembargador Paulo Medina, é citado na investigação. Em agosto do ano passado, ele concedeu liminar favorável ao jogo. Um dos presos ontem pela Polícia Federal é irmão do ministro. O advogado Virgilio Medina é suspeito de intermediar venda de decisões judiciais.

Surpresa

Advogados dos presos na Operação Hurricane visitaram seus clientes que estão na carcergagem da Polícia Federal em Brasília. O presidente de honra da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, Aniz Abraão David, o Anísio, teria ficado surpreso com as acusações, segundo informou seu advogado Ubiratan Guedes.

"Ele está abismado com as imputações. Meu cliente está mal, péssimo, deprimido e quer esclarecer tudo o mais rápido possível", disse o advogado.

Guedes sustentou que Anísio não conhece os envolvidos no caso. "Ele afirmou que não tem conhecimento dos fatos, nem das pessoas envolvidas. Disse que não conhece os desembargadores", afirmou.

Os advogados informaram que os presos devem começar a prestar depoimento a partir das 14h. Concita Ayres, advogada do contraventor Antônio Petrus Kalil, o Turcão, disse que seu cliente só vai falar em juízo. "Ele não deverá prestar depoimento. Não conhecemos os fatos. Como vamos orientar o cliente se não sabemos do que ele está sendo acusado? É uma questão técnica", questiona.

Farid Abraão David, O irmão de Anísio, defendeu a legalização do jogo do bicho ao deixar a Superintedência da Polícia Federal em Brasília. "O que há nesse país é hipocrisia. Eu acho que o jogo tinha que ser definido: ou joga ou não joga. Falta isso nesse país. Por que tem a loteria e não pode ter o jogo do bicho?, indagou.

Já o advogado Renato Tonini, que defende Virgílio Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Medina, ainda não conversou com o cliente. "Nós, advogados, estamos igual marido enganado. Somos os últimos a saber".





Fonte: G1

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