Governo avisa líderes que vai ficar neutro na discussão sobre aborto
"O governo não vai interferir nesse tema, que é da consciência religiosa de cada um", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
O líder do governo na Câmara, deputado José Múcio (PTB-PE), afirmou que "em hipótese alguma" haverá interferência do Executivo na discussão. "Depende da consciência e dos princípios de cada um. Não é uma coisa de governo. O governo não vai se meter nesse assunto."
A discussão sobre o aborto voltou à tona depois que o ministro José Gomes Temporão (Saúde) defendeu um debate público sobre o tema. O governador Sérgio Cabral (Rio de Janeiro) declarou ser favorável à legalização do aborto.
Na Câmara, a Comissão de Seguridade Social e Família escolheu 17 projetos que tratam do aborto para criar uma proposta única. O relator do novo projeto será escolhido na próxima semana. Entre as proposições em análise, está a do ex-deputado Eduardo Jorge (PV-SP) que legaliza a prática e, também, a do deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) que torna o aborto crime hediondo.
No Senado, já foi aprovada proposta de plebiscito para que a população seja consultada sobre vários temas --entre eles, o aborto.
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) já se manifestou contra a realização do plebiscito sobre o assunto. O tema já tramita há pelo menos 15 anos no Congresso.
Os que defendem a prática citam o exemplo de Portugal. Depois de nove anos de discussão, o país decidiu legalizar o aborto.
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