PF prende 25 ligados à máfia dos caça-níqueis
Na operação foi apreendido um volume de dinheiro que a polícia afirma ser muito grande, mas que ainda está sendo contado e que será transportado em um carro-forte para uma agência da Caixa Econômica Federal. Trinta carros - a maioria importados - e uma moto foram levados para o estacionamento do Cais Porto, na Praça Mauá, no centro do Rio, e que fica em frente à sede regional da Polícia Federal.
Uma pessoa ainda está sendo procurada. Os detidos são suspeitos de envolvimento em exploração de jogos ilegais, corrupção de agentes públicos, tráfico de influência e receptação. Por envolver magistrados, que têm foro privilegiado, o caso está sendo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal, e o ministro Cezar Peluso decretou sigilo de justiça.
Na lista parcial de presos, estão o ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal, desembargador José Eduardo Carreira Alvim, o delegado da Polícia Federal de Niterói, Carlos Pereira, o procurador regional da República João Sérgio Leal Pereira, que está afastado e é o único preso na Bahia, e os contraventores Aniz Abraão David, o Anísio, presidente de honra da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, Aílton Capitão Guimarães, presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio, seu sobrinho Júlio Guimarães, e o banqueiro do jogo do bicho Antônio Petrus Kalil, também conhecido como Turcão.
O gabinete do ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal, desembargador José Eduardo Carreira Alvim foi lacrado na manhã desta sexta por agentes federais, no Rio de Janeiro. O presidente do tribunal, o desembargador federal Antônio Castro Aguiar não quis se pronunciar sobre a prisão dele.
“Estamos diante das maiores operações de combate a corrupção já realizadas no Brasil, pelo nível das pessoas detidas. Os delegados ganhavam para atacar determinados grupos”, contou o Renato Porciúncula, diretor de Inteligência da PF.
Nos 70 mandados de busca e apreensão cumpridos no Rio, em São Paulo, em Brasília e na Bahia, foram apreendidos vários carros, documentos e uma grande quantia de dinheiro. “A maior dificuldade está em contabilizar todo o valor apreendido. O dinheiro está sendo lacrado em malotes, que vão ser conduzidos em carro forte para serem depositados na Caixa Econômica Federal”, explicou o Superintendente Regional da PF, Delci Carlos Teixeira.
Ao todo, 360 policiais de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, e 94 viaturas trazidas desses estados para o Rio em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Os investigados ficarão detidos em Brasília.
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