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Economia
Sexta - 13 de Abril de 2007 às 09:46

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O mercado do álcool hidratado em Mato Grosso está sendo investigado pela 5ª Promotoria de Defesa do Consumidor e da Cidadania, do Ministério Público Estadual (MPE).

O MPE acatou o pedido do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo). Por meio de um ofício protocolado no último dia 30, o sindicato patronal pede explicações sobre a falta de álcool no mercado. “Já detectamos que existe desabastecimento e vamos avaliar a possibilidade de aplicar uma ação judicial para evitar que esse problema se repita nos próximos anos”, afirma o promotor Ezequiel Borges de Campos.

Com base na lei 8137, que define crimes contra a relação de consumo, o promotor vai buscar uma solução para pôr fim ao efeito especulativo que toma conta do mercado do álcool neste período de entressafra que no Estado entra na reta final em abril.

“As usinas têm de ofertar álcool ao mercado, o estoque não pode ser suficiente para atender uma ou outra distribuidora. É nesse ponto de equilíbrio que temos de chegar para não haver por mais um ano o desabastecimento”, argumenta.

De maneira preliminar, o promotor já detectou que a situação mercadológica é a seguinte: “Existe falta do produto para distribuidoras emergentes. Essas, consideradas pequenas, não conseguem comprar o combustível dentro do Estado. Se partirmos do princípio de que nem 15% da produção é consumido internamente, é fato de que há um desequilíbrio. Não podemos conceber que o período de entressafra seja apenas para cumprimento de contrato”, aponta.

Borges explica ainda que a oferta de álcool no momento pelas distribuidoras de menor porte é possível somente com a compra do produto em outros estados. “Aí temos o peso de um frete desnecessário sobre o produto na bomba. O consumidor não pode ser lesado desta maneira”.

Desde que teve início o novo ciclo de aumentos sobre o combustível, o promotor explica que as investigações do MPE foram estendidas a outros elos do segmento, como distribuidoras e usinas. “Há especulação de preços em todas as pontas”, revela.

O superintendente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool), Jorge dos Santos, disse que a entidade está aberta à troca de informações e acredita que o promotor vai encontrar a fórmula certa. “Entendemos o trabalho bem-feito que está sendo executado pelo promotor, que vem cumprindo o dever de defender o cidadão. Não temos o que esconder”.

Mas o superintendente aproveita para prestar alguns esclarecimentos mercadológicos para o momento. “Antes de mais nada, produzimos por seis meses para um consumo de doze meses”, exclama.

Santos explica que a estocagem de álcool vai além da demanda estadual. “A União não se preocupa com a formação de estoques estratégicos, assim como é feito com o arroz, milho e soja. As usinas têm estoques e se preparam para o período de entressafra, mas precisam da certeza de que o combustível vai ser comercializado e isso se dá por meio das vendas antecipadas, por meio de contratos de fornecimento que garantem o produto às distribuidoras por todo o ano”.

Ele observa que as grandes distribuidoras de fato não estão tendo problemas porque trabalham com planejamento, como é o caso da BR (Petrobras), Texaco e Ipiranga. “As distribuidoras pequenas ficam perdidas no mercado e, pela falta de planejamento num momento como esse de oferta reduzida, não encontram o produto. Ou seja, é um problema mercadológico, como venho dizendo desde quando as reclamações vieram à tona”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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