FMI revê para cima crescimento do Brasil em 2007
A previsão do fundo para o crescimento da economia nacional praticamente coincide com projeções que têm sido anunciadas pelo governo brasileiro para 2007, mas é inferior às projeções relativas a algumas das principais economias latino-americanas, à exceção de México e Equador.
O órgão estima que a economia mexicana terá uma alta de 3,4% neste ano. A projeção para o país andino, por sua vez, é de 2,7% neste ano.
Na América do Sul, a projeção para o Brasil fica aquém das referentes a Argentina, Venezuela, Peru, Colômbia, Chile e Uruguai. Para o FMI, a economia argentina terá uma alta de 7,5%, a venezuelana deverá crescer 6,2%, o índice para o Peru será de 6%, a estimativa referente à Colômbia é de 5,5%, a estimativa da economia chilena é de 5,2% e a projeção para o Uruguai é de 5%.
Índice latino
A previsão de crescimento da economia brasileira para este ano também fica abaixo da que o fundo antevê para toda a América do Sul mais o México - de 4,8%.
Em 2006, o índice de crescimento latino-americano foi de 5,6%. A redução, segundo o fundo, se deve ao fato de que ''há expectativas de que o ambiente externo se mostre menos favorável, com o crescimento global mais moderado e com os preços de petróleo e metais em declínio em relação aos índices recordistas de 2006''.
''Os países e regiões com laços fortes com os Estados Unidos, como México, América Central e Caribe, ou que são importantes exportadores de petróleo e metais, como Chile, Equador, Peru e Venezuela, serão os mais afetados'', afirma o relatório.
Ainda que o fundo estime que nações sul-americanas, como Peru, Uruguai e Venezuela, terão um índice de crescimento superior ao do Brasil, o órgão também indica que estes países deverão enfrentar declínios, entre os índices registrados em 2006 e as projeções para este ano.
De acordo com o FMI, no caso peruano, a queda será de 2% em 2007. O declínio para o Uruguai também seria de 2%, e o da Venezuela chegaria a 4,1%.
O fundo avalia que a América Latina ainda é bastante vulnerável, ''devido às elevadas taxas de juros de alguns países da região''.
Mas a despeito de antever uma desaceleração para os países da região, o FMI acredita que ''preços mais baixos do petróleo irão beneficiar países que não são exportadores significativos de commodities, como muitos no Caribe e na América Central''.
E que ''a força dos preços de grãos'' no mercado internacional ''irá ajudar exportadores de produtos agrícolas, como o Brasil e a Argentina''.
Política flexível
Segundo o relatório, ''a política monetária no Brasil foi bastante flexibilizada nos últimos 18 meses, e, com a inflação bem contida, parece haver espaço para que o ciclo de estabilidade continue''.
Além disso, estima o FMI, ''recém-anunciadas iniciativas para elevar os investimentos e baixar taxas de juros devem impulsionar a demanda local''.
A estimativa de crescimento do órgão para o Brasil em 2007 é quase idêntica à feita pelo Palácio do Planalto. O fundo fala em 4,4%. Na época do lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), em janeiro deste ano, o governo previa um crescimento de 4,5%.
Mas a previsão do fundo de 4,2% para 2008 é menos otimista que a do governo, que, à época do lançamento do PAC, antecipava um crescimento de 5% para o próximo ano.
Além de abaixo da média projetada para os países vizinhos, a previsão de crescimento do Brasil para este ano é superada, segundo as estimativas do FMI, em muito pelas principais economias emergentes.
Para o fundo, em 2007, a economia chinesa terá alta de 10%. A estimativa para o desempenho da economia indiana é de 8,4%.
O FMI acredita que a economia dos países em desenvolvimento vai continuar a crescer com força, ainda que não com a mesma intensidade registrada em 2006.
Segundo o relatório, ''a Comunidade de Estados Independentes (formada pelos países do antiga União Soviética), o Oriente Médio e a América Latina continuarão a prosperar''.
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