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Internacional
Quarta - 11 de Abril de 2007 às 01:45

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O presidente de Cuba, Fidel Castro, acusou hoje seu colega americano, George W. Bush, de ser o responsável pela decisão de uma juíza de dar liberdade condicional ao anticastrista Luis Posada Carriles, acusado de terrorismo por Havana e Caracas.

"Apenas da Casa Branca poderiam sair as instruções para a decisão judicial ditada por Kathleen Cardone, juíza da Corte Federal de El Paso, no Estado do Texas, na sexta-feira passada, concedendo a liberdade sob fiança a Luis Posada Carriles", disse Fidel em comunicado divulgado por fontes oficiais.

O presidente cubano se referiu assim à decisão de Cardone, que na sexta-feira decidiu outorgar a liberdade condicional a Posada e que hoje negou uma moção interposta pelo Governo dos Estados Unidos para que essa ordem fosse suspensa.

Fidel acusou Bush de eludir o tempo todo "a personalidade criminosa e terrorista do acusado", além de dizer que as autoridades americanas de estão protegendo o anticastrista e o acusando de "uma simples violação de trâmites migratórios".

"A resposta é brutal. O governo dos Estados Unidos e suas instituições mais representativas decidiram de antemão a liberdade do monstro", assinala Fidel, convalescente desde 31 de julho do ano passado por uma doença mantida como segredo de Estado na ilha e que o obrigou a delegar provisoriamente seu cargo ao seu irmão Raúl.

Além disso, o governante cubano disse que Bush é "o mais genuíno representante de um sistema de terror que foi imposto ao mundo pela superioridade tecnológica, econômica e política da potência mais poderosa que nosso planeta conheceu".

Fidel disse, no entanto, que a decisão já era esperada, já que foram os EUA que "treinaram e ordenaram" Posada, ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA), a destruir um avião da Cubana de Aviación com 73 pessoas em 1976, o que levou o anticastrista a ser acusado de terrorismo pela ilha.

"Ninguém diz uma palavra sobre suas incontáveis vítimas, suas bombas contra instalações turísticas nos últimos anos e as dezenas de planos financiados pelo governo dos EUA para me matar", acrescentou.

O líder da revolução indicou que "mais de uma vez o povo cubano desafiou, sem vacilar, o perigo de morrer", e pediu à população da ilha que "exteriorize seus sentimentos" no dia 1º de maio.

"Penso que o próximo Primeiro de Maio seria o dia ideal para que nosso povo, com um mínimo de despesa em combustível e meios de transporte, exteriorize seus sentimentos aos trabalhadores e aos pobres do mundo", disse.

A juíza Cardone concedeu na sexta-feira a liberdade sob fiança de US$ 350 mil a Posada, que, no entanto, poderia continuar detido e ser entregue às autoridades de Imigração por uma ordem de deportação por sua suposta entrada ilegal nos EUA.




Fonte: EFE

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