Israel prende 19 militantes do Hamas que preparavam atentado em Tel Aviv

O Serviço israelense de Segurança Geral (Shin Bet) anunciou hoje a detenção de 19 militantes do palestino Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) que pretendiam detonar 100 quilos de dinamite em Tel Aviv.

Entre os detidos na cidade cisjordaniana de Kalkilia está o motorista de um veículo comercial que estava disposto a lançar um ataque suicida antes do começo dos festejos da semana pascal hebraica (Pessach), que foi concluída na noite desta segunda-feira, informou o organismo secreto em comunicado.

O suposto suicida, natural de Kalkilia e casado com uma vizinha palestina da localidade israelense de Taibe, tinha permissão para circular pelo país.

Ele viajou com seu veículo em duas ocasiões a Tel Aviv, a primeira para estudar o terreno onde ocorreria o atentado, e a segunda quando decidiu voltar à sua cidade com os explosivos por motivos ainda desconhecidos.

As fontes do Shin Bet disseram que a dinamite explodiu dias depois, provavelmente quando os militantes preparavam o veículo para o atentado.

O comunicado não fornece o nome de nenhum dos membros da célula e indica que "o quadro que surge do interrogatório assinala claramente que o Hamas em Kalkilia passou da etapa da construção da força ao das operações".

Segundo o Shin Bet, militantes do Movimento "continuam planejando grandes ataques, inclusive no futuro imediato".

A detenção dos supostos terroristas, segundo o aparelho da segurança israelense, é uma evidência de que o Hamas retomou suas atividades, apesar do cessar-fogo pactuado pelas facções palestinas com Israel em novembro, e que o Estado judeu respeita apenas em Gaza, já que não incluiu a Cisjordânia no acordo.

O jornal "Ha''aretz" informa hoje que durante os últimos dois anos as células clandestinas do Hamas na Cisjordânia ocupada recebiam ordens vindas da Faixa de Gaza, territórios entre os quais se interpõe o deserto meridional de Israel, o Neguev.

O veículo do suposto suicida, que conta com documentos de identidade outorgados pelo Ministério do Interior por ter se casado com uma cidadã da comunidade árabe de Israel, está registrado como israelense, o que o permitiu chegar a Tel Aviv sem obstáculos.

O último atentado perpetrado pelo Hamas em Israel aconteceu em 2001, causando a morte de 21 adolescentes e jovens em frente a uma discoteca de Tel Aviv.