Dólar comercial cai e mira barreira dos R$ 2
A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,34 por cento, vendida a 2,025 reais, menor valor desde março de 2001. O dólar caiu em todos os dias de abril até o momento, e acumula queda de 1,75 por cento no mês.
"Saiu o número de emprego nos EUA na sexta-feira, as bolsas puxaram bem, e o dólar já abriu em queda", disse Rafael Savoia Simão, gerente de câmbio da corretora Global Hedging.
O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou na sexta-feira que o país gerou 180 mil empregos em março. O número, melhor que o esperado, repercutiu apenas nesta segunda-feira devido ao fechamento dos mercados no feriado.
"A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) também está bem firme para cima, bateu hoje a máxima acima dos 47 mil (pontos). (Está) batendo recorde em cima de recorde, é difícil conseguir controlar o dólar", afirmou Simão.
Ele aponta ainda para o risco Brasil, que nesta segunda-feira renovou a mínima histórica e atingiu os 154 pontos-básicos. "O Mantega já falou que quer que chegue a 100 (pontos-básicos). (Com) todos os fatores que indicariam uma queda do dólar, agora é ladeira abaixo", disse.
Há uma semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o risco-país caminha para o nível de 100 a 110 pontos-básicos "em breve". O índice avalia a percepção de risco dos estrangeiros em investir no país, hoje atraídos pela taxa de juros acima da média internacional.
Para Simão, o atual otimismo no mercado doméstico pode até forçar um ajuste. "Se mantiver esse panorama acho que pode vir uma correção, está puxando muito rápido as bolsas aqui". Mas o mercado, acrescentou, "está cada vez mais acreditando em dólar a 2 (reais)".
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