Polícia teria tentado extorquir R$ 1,5 mi de viúva
Em alguns dos diálogos interceptados, aparecia a voz de uma mulher. Desconfiados de que se tratava da ex-cabeleireira, foi pedida à Justiça quebra de sigilo de dois números de telefone e constatada a trama.
O dinheiro que serviria como pagamento estaria enterrado na Fazenda Nossa Senhora da Conceição, em Lavras, Rio Bonito (RJ), onde Adriana morava com o milionário. A negociação não chegou a ser concluída porque as ligações teriam cessado. Mas pessoas próximas à viúva já a haviam orientado a não aceitar a proposta, argumentando que os policiais não teriam poder judicial para conseguir soltá-la.
Profissionais que acompanharam Adriana durante seu período na prisão teriam revelado que um dos planos para que ela cedesse à extorsão era simular que a viúva estaria recebendo ameaças na cadeia do ex-policial militar Anderson Silva de Souza - apontado como possível executor do assassinato.
Em entrevista a O Dia, Adriana deu outra versão e disse que um primo a pediu dinheiro - o valor ela se recusou a dizer - para que policiais não divulgassem uma fita que a incriminasse. "Falei: 'Podem mostrar, não há nada que possam inventar sobre a minha pessoa neste caso'. Tenho minha consciência limpa. Sou inocente, não adianta. Não tem nada contra mim, não existe essa história de fita. Minha família sabe que esse primo não presta. Ele veio aqui umas três vezes e não apareceu mais", contou ela, que está na carceragem feminina da 72ª DP (São Gonçalo) desde 30 de janeiro.
Adriana, que perdeu 8 kg desde que foi detida, mostra-se confusa ao comentar o assunto. "Falam tanta coisa, recebi tantas visitas desde que fui presa que nem sei mais o que é verdade, o que inventam e o que é mentira. Só queria que me deixassem aqui quieta e tranqüila para resolver isso tudo o mais rápido possível", disse.
Além de Adriana, estão presos Anderson Souza, sua mulher, a professora de Educação Física Janaína Silva Oliveira, o motorista Edney Gonçalves, Ronaldo Amaral e Marco Antônio Vicente. Todos foram denunciados por homicídio qualificado.
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