Veterinários alertam para males do cigarro a animais
A especialista lamenta a falta de conscientização de muitos proprietários, que não zelam pela saúde de seus bichos. "Certa vez, atendi um cão que apresentava prurido (coceiras) intenso nos olhos, vermelhidão e aumento de produção lacrimal. Depois da terceira consulta, que fiz em domicílio, consegui fechar o diagnóstico, pois observei que o dono fumava constantemente dentro de casa, com pouca circulação de ar no ambiente", relata Tatiana. "Disse que o problema do animal poderia ser o cigarro. Mas a pessoa não concordou e nem se esforçou para evitar tudo isso", conta.
Raças de companhia como maltês, lhasa apso e yorkshire, aves e gatos podem apresentar maior sensibilidade à fumaça. "Esses animais, justamente por serem mais próximos de seus donos, ficam mais expostos aos perigos do fumo", diz Tatiana. No caso das aves, elas podem ter queda de penas, automutilação por estresse e diminuição do canto.
A assessora de imprensa Cláudia Bastos, dona do maltês Spy, 5 anos, fuma, em média, um maço de cigarros por dia. Consciente dos riscos do seu vício, ela diz que procura não incomodar pessoas que estão no mesmo ambiente que ela e nem o seu cão. "Vou para a varanda e mantenho a casa arejada, ligando o ventilador", conta. Ela diz ter planos de parar de fumar. "Fumo há 33 anos e sei que preciso ter força de vontade. Mas tenho certeza de que vou conseguir", diz, otimista.
O veterinário Andrey Oquim reforça a importância de os donos fumantes manterem o vício bem longe de seus animais. "O bicho acaba se acostumando ao cheiro da nicotina, mas ele não sabe o que está inalando. Por isso, o melhor é respeitá-lo, evitando fumar junto dele ou no mesmo ambiente no qual ele se encontra", finaliza.
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