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Economia
Sábado - 07 de Abril de 2007 às 18:11

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Um grupo de 235 empresas espalhadas pelo país deu golpes de R$ 17,7 milhões em fornecedores no primeiro trimestre deste ano e sumiu.

O número é recorde para o primeiro trimestre desde 2000 e 57% maior do que o registrado em igual período de 2006, constatou a ACSP (associação comercial de SP) por meio do serviço que avalia a idoneidade de pessoas jurídicas.

Baseada em banco de dados que reúne dados de cartórios de protesto, Banco Central (cheques devolvidos), tribunais (ações cíveis), juntas comerciais e outras fontes, a associação informa que conseguiu evitar no primeiro trimestre 3.342 golpes que lesariam empresas em R$ 8,41 milhões.

Os golpes foram evitados porque fornecedores de artigos de informática, roupas, alimentos, autopeças, materiais de construção e eletroeletrônicos, procurados pelos golpistas, consultaram o serviço da ACSP e foram alertados sobre a possibilidade de armadilhas.

Os golpistas procuram fornecedores dos mais variados produtos para revendê-los e nunca mais aparecem. Como mudam de endereço e alteram a razão social da empresa, dificilmente são pegos e punidos.

"Orientamos o associado a procurar a polícia quando identificamos que há indícios de fraude. Só que, como os golpistas agem rapidamente, compram e vendem os produtos em até 45 dias, os policiais têm dificuldades para localizá-los", afirma Jaison Vieira, da ACSP.

A falta de punição estimula a prática de golpes, assim como o crescimento da economia, na avaliação de Vieira. "Com a expansão da atividade econômica, o ambiente para a prática de golpes fica mais propício, especialmente no início do ano, quando o esforço de vendas das empresas é muito maior", diz.

Além de ter um banco de dados que possibilita o cruzamento de dados de empresas, a ACSP desenvolveu uma cartilha que dá pistas dos golpistas.

Alteração contratual para ampliar ramos de atuação, mudança de endereço, pressa na compra e recebimento de mercadorias e desinteresse por descontos são características das falsas empresas.

"O que também é suspeito é empresa com razão social ligada ao setor têxtil, por exemplo, querer comprar autopeças para revender. E quando uma empresa pequena se transforma em uma de distribuição, com a intenção de dar a idéia de que compra grandes volumes", diz.

Para identificar as empresas fraudulentas, a ACSP investiu R$ 30 milhões nos últimos três anos em equipamentos para reunir informações. Em 2006, segundo Vieira, conseguiu evitar R$ 22,4 milhões em prejuízos; em 2005, R$ 14,75 milhões, e, em 2004, R$ 10,18 milhões.

A distribuidora de aço inoxidável Inox-tech, por exemplo, já foi procurada por golpistas. "Não fomos lesados porque conseguimos identificar a fraude após consulta feita à associação comercial e à Serasa", afirma Sérgio de Oliveira, analista de crédito da Inox-tech.

Alguns dos clientes da Inox-tech são as usinas de açúcar e álcool e as metalúrgicas, que adquirem aço para produzir equipamentos. "Os golpistas abrem empresas em nome de laranjas e vão vivendo disso", diz. Segundo Oliveira, quando a empresa identifica golpistas, simplesmente se recusa fazer a venda. Vieira informa que a associação faz investigação a campo, mas não passa informações à polícia porque não há o elemento que caracterizou o golpe para fazer a denúncia.





Fonte: Folha de S.Paulo

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