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Nacional
Sábado - 07 de Abril de 2007 às 16:57

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Um ano depois de deixar o Palácio dos Bandeirantes sob a acusação de direcionamento político de verbas publicitárias do Banco Nossa Caixa, o jornalista Roger Ferreira está de volta ao governo de São Paulo.

Assessor especial da gestão Geraldo Alckmin (2003-2006) até 27 de março do ano passado, quando, sob pressão, pediu exoneração, Ferreira, por meio de sua empresa, é hoje responsável pela comunicação da pasta da Educação.

No final da gestão Alckmin, ele comandou a pasta da Comunicação e foi considerado uma peça estratégica na engenharia política que levou o tucano a ser indicado candidato do PSDB a presidente.

Para a escolha da empresa de Roger não houve licitação. A Fator F - Inteligência e Comunicação, é subcontratada pela DPZ, uma das duas agências publicitárias encarregadas da comunicação do governo do Estado ao lado da Lua Branca.

O valor original do contrato da DPZ com o governo é de R$13,1 milhões.

Segundo o secretário de Comunicação do governo, Hubert Alquéres, a decisão foi tomada há cerca de 15 dias, sem conhecimento do governador José Serra (PSDB). Mas, antes mesmo da escolha, Ferreira já circulava pelo Palácio dos Bandeirantes. Em fevereiro, por exemplo, assistiu, ao lado de outros convidados de Serra, ao documentário "Uma Verdade Inconveniente", de Al Gore.

Sem condenação

Alquéres conta que, consultado pela DPZ a respeito da escolha, pesquisou os desdobramentos do escândalo da Nossa Caixa, que causou abalos na candidatura de Alckmin à Presidência, e não encontrou irregularidades que desabonassem a contratação.

"Isso aconteceu há um ano. Já passou a quarentena. Não teve um processo contra ele, nenhuma condenação", justificou Alquéres, exaltando a experiência de Ferreira e de seu sócio, Emerson Figueiredo.

"Eles são jovens profissionais, experientes e competentes. Não devem nada a ninguém. A gente não pode ficar punindo as pessoas sem ter um motivo. Não existe condenação, nem processo."

Procurados pela Folha, a Fator F e o jornalista Roger Ferreira não quiseram se pronunciar sobre o assunto.

A seleção, segundo Alquéres, foi realizada pela DPZ a pedido da secretária de Educação, Maria Lúcia Vasconcelos, insatisfeita com o trabalho da equipe anterior. A própria secretária teria entrevistado o jornalista.

Ferreira deixou a assessoria de comunicação de Alckmin em março do ano passado, um dia depois de reportagem da Folha revelar a liberação de recursos da Nossa Caixa em benefício de jornais, revistas e programas de rádio e televisão mantidos ou indicados por deputados da base aliada do governador Assembléia.

A demissão ocorreu poucos dias após Alckmin ter sido confirmado candidato a presidente. A medida teria sido tomada para evitar desgastes ao tucano.

Entre o material investigado pelo Ministério Público Estadual, havia e-mails de Roger Ferreira ao ex-gerente de marketing da Nossa Caixa Jaime de Castro Júnior. Neles, Ferreira endossaria pedidos em favor dos parlamentares da base.

As mensagens foram apontadas por Castro Júnior como uma evidência de que Ferreira era um dos responsáveis pelo favorecimento dos deputados.

A investigação é produto de auditoria interna da Nossa Caixa, que constatou irregularidades em 255 dos 278 pagamentos feitos a duas agências entre setembro de 2003 e julho de 2005. Os pagamentos somam R$ 25 milhões.

Antes de assumir a comunicação do Palácio dos Bandeirantes, Ferreira foi assessor de imprensa da Nossa Caixa, de março a outubro de 2003. À época, ele era contratado --a R$ 17 mil mensais-- pela agência Full Jazz.





Fonte: Folha de S.Paulo

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