Com gol mil adiado, Romário e Vasco calculam prejuízos
A derrota vexatória para o Gama, por 2 a 1, ontem, que eliminou o Vasco da Copa do Brasil, trouxe um novo obstáculo para Romário. O centroavante depende, obviamente, da equipe vascaína para chegar rápido à marca histórica e, pior, poderá ser obrigado a disputar o Campeonato Brasileiro, antes uma idéia rechaçada pelo jogador.
Como insiste em marcar o milésimo gol no Maracanã, Romário não atuará no domingo, contra a Cabofriense, em Cabo Frio. E a partida é decisiva para o Vasco, que se não vencer corre o risco de ficar de fora da semifinal da Taça Rio, prevista para ocorrer na quarta-feira.
Caso não se classifique para a próxima fase do Carioca, o Vasco só voltaria a atuar no Brasileiro. E a primeira partida no Rio seria somente no dia 20 de maio, pela segunda rodada, contra o Sport.
Hoje, abatido, Romário foi a São Januário e se exercitou na sala de musculação. O craque confidenciou para amigos sua tristeza por mais uma vez ter desperdiçado a oportunidade de marcar um gol e chegar ao milésimo.
Só que o principal incômodo para Romário tem sido a baixa produtividade dos jogadores vascaínos nas três últimas partidas da equipe - Flamengo, Botafogo e Gama - por causa da ansiedade pelo seu feito. O técnico do Vasco, Renato Gaúcho, já se conformou com o problema.
"Vai ser assim enquanto o Romário não chegar aos mil gols. Todos estão ansiosos e teremos que conviver com o problema", disse Renato Gaúcho. "Só o gol vai acabar com a agonia de todos."
As más atuações do time terminaram com a paz selada entre Romário e uma das maiores facções da torcida vascaína. No final do jogo contra o Gama, os gritos de "Ah, é Edmundo! Ah, é Edmundo!" voltaram a ecoar nas arquibancadas em uma provocação ao artilheiro, desafeto do atacante do Palmeiras. Atitude ignorada pelo craque.
Mas nem tudo é prejuízo na história do milésimo gol. Bernardo Café, um dos sócios da boate Nuth, na Barra da Tijuca, local da festa planejada pelo craque, está satisfeito com toda a polêmica.
Apesar de já ter sido obrigado a fechar a casa para clientes por três vezes, Café disse estar contabilizando bons resultados. E ele não tem tido dificuldades para montar a "operação de guerra" sempre que Romário pode fazer um gol. A boate tem capacidade para 800 pessoas e, para alugar o espaço, dependendo do dia, uma pessoa precisará desembolsar cerca de R$ 50 mil.
"Ver nossa boate ligada ao esporte e a um cara de sucesso como o Romário cobre qualquer tipo de trabalho extra ou prejuízo", disse Café. "Além do mais, nos últimos tempos, estamos em todos os jornais, praticamente todos dias, sempre que há a possibilidade do gol."
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